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Ao vivo: o conflito na Venezuela entre Maduro e aliados de Guaidó

Dizendo-se apoiado por militares, líder oposicionista desencadeou movimento que se desdobrou em confrontos nas ruas de Caracas e no interior do país

Ao anunciar ter o apoio das principais unidades da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e convocar mobilizações populares nesta terça-feira, 30, o líder oposicionista da Venezuela Juan Guaidó desencadeou a possível queda do regime de Nicolás Maduro. A chamada Operação Liberdade, conduzida por Guaidó, se desdobrou em confrontos nas ruas de Caracas e no interior do país. Para o vice-presidente brasileiro, general Hamilton Mourão, a oposição venezuelana partiu para o “tudo ou nada”.
Pelo Twitter, governantes e políticos estrangeiros apoiaram a iniciativa de Guaidó, com exceção da Rússia, que queixou-se da violência da oposição. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que acompanha com “grande atenção” a situação da Venezuela e encorajou outros países a apoiarem uma “solução que ponha fim na ditadura de Maduro”.

17h08 – EUA não descartam intervenção militar na Venezuela e advertem Rússia a não interferir
O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, reiterou que os Estados Unidos mantêm “todas as opções sobre a mesa” diante das crescentes tensões na Venezuela. Advertiu a Rússia para que não “intervenha” no país para manter no poder o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
“Acreditamos que os cubanos desempenharam um papel muito importante hoje para manter Maduro no poder, possivelmente com a ajuda dos russos (…). Quando as vidas dos venezuelanos estão em jogo, esperamos que a Rússia não intervenha”, disse Bolton em declarações aos jornalistas na Casa Branca. (Com EFE)

16h56 – Leopoldo López está refugiado na embaixada do Chile em Caracas
O ministro de Relações Exteriores do Chile, Roberto Ampuero, afirmou pelo Twitter que Leopoldo López e sua família estão refugiados na embaixada de seu país em Caracas. “Lilian Tintori e sua filha entraram como convidados em nossa missão diplomática”, disse, sobre a mulher de López. “O Chile reafirma seu compromisso com os democratas venezuelanos”, acrescentou.
López é ex-prefeito de Chacao, a cidade mais rica da grande Caracas, e um dos mais conhecidos líderes da oposição venezuelana. Preso desde 2014, o político de oposição afirma ter sido libertado por um “indulto presidencial” concedido pelo autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó.
Mais cedo, o opositor afirmou pelo Twitter que fora libertado por militares. “É hora de conquistar a liberdade”, escreveu. “Venezuela iniciou a fase definitiva para o fim da usurpação”.

16h55 – Conflito na Venezuela pressiona preço internacional do petróleo
Os contratos futuros do petróleo aumentaram em valor nesta terça-feira, 30, com a convulsão na Venezuela e depois de a  Arábia Saudita afirmar que o acordo para conter a produção da commodity pode ser estendido para além de junho, até ao final de 2019.
O petróleo Brent subia 1,11 dólar, ou 1,54 por cento, a 73,15 dólares por barril, às 9:34 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos avançava 1,05 dólar, ou 1,65 por cento, a 64,55 dólares por barril.

16H44 – 52 feridos nos confrontos em Caracas até agora
Segundo a presidente do Salud Chacao Medical Center, Magia Santi, 52 pessoas ficaram feridas até agora nos confrontos nesta terça e foram encaminhadas ao hospital.
Entre os 52 feridos:
– 32 foram atingidos por balas de borracha
– 1 foi ferido por arma de fogo
– 16 sofreram lesões traumáticas
– 3 tiveram problemas respiratórios

Aliados de Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, garantem que o líder Nicolás Maduro está isolado e sem o apoio substancial da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), embora ainda não detalhem quais os setores, unidades e comandos romperam com o Palácio de Miraflores. A presença do ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, ainda ao lado do ditador não se traduz em apoio efetivo das tropas, segundo os colaboradores do oposicionista.

16h25 – Trump diz estar monitorando de perto situação na Venezuela
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, postou no Twitter que está acompanhando de perto a situação em Caracas. “Os Estados Unidos estão ao lado do povo da Venezuela e de sua liberdade”, escreveu. Durante todo o dia, o líder americano manteve-se calado sobre o tema.

16h20 – Chefe de milícia pede que venezuelanos peguem em armas para defender Maduro
Valentín Santana, chefe da milícia La Piedrita, um dos principais da Venezuela, gravou um vídeo pedindo que seus seguidores defendam o regime de Nicolás Maduro “com armas”. O chavista também convocou os cidadãos a se dirigirem ao Palácio de Miraflores para protestar contra o movimento de Juan Guaidó.
“Chegou o momento de defender a revolução com armas”, disse ele, carregando um rifle de guerra. “Estou mostrando meu rosto, sem capuz, e vou defender meu país”.
Os coletivos são milícias civis leais ao regime que atuam principalmente nas comunidades mais pobres do país. Estão, em geral, envolvidos no narcotráfico e são usados pelo regime como forma de controlar a população local. O La Piedrita está na Villa 23 de Janeiro, um dos maiores bairros pobres de Caracas.
Essa força pode ser vista circulando à paisana, em motocicletas, durante as manifestações contrárias do governo de Maduro. Estão sempre armados e não aguardam ordens de militares para atuar.


Nota diz que governo Bolsonaro ‘acompanha com grande atenção’ situação no país vizinho e cita ‘solução que ponha fim na ditadura de Maduro’. Assinado pelo porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, o texto também reafirma o “irrestrito apoio” ao povo venezuelano.

Guaidó faz movimento audacioso, insurreição militar contra o regime de Maduro por enquanto parece isolada e tudo está sendo jogado nesse momento

Durante as manifestações contra o governo de Nicolás Maduro convocadas pelo opositor Juan Guaidó, blindados da Guarda Nacional da Venezuela avançaram contra a multidão em Altamira, Caracas.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia acusou a oposição venezuelana de recorrer à violência, naquilo que o governo de Vladimir Putin classificou como tentativa descarada de atrair as Forças Armadas do país sul-americano à confrontação. Putin mantém seu apoio ao regime de Nicolás Maduro e cooperação militar com a Venezuela.


O embaixador em Washington da oposição venezuelana, Carlos Vecchio, defendeu a tese de que o levante contra o regime de Nicolás Maduro não é um “golpe de Estado”. Vecchio fez um apelo ao ditador para que desista e entregue o governo “antes que piore”.

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, vê um “passo decisivo, sem volta” na movimentação de Juan Guaidó. Para Mourão, “o temor é que eles (oposicionistas) não tenham apoio das Forças Armadas que julgam que têm e os militares possam reagir, provocando grave confronto nas ruas”.

Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, o general Augusto Heleno declarou a VEJA que não está claro se os militares venezuelanos tomaram partido por Juan Guaidó ou continuam leais a Nicolás Maduro, o que torna “imprevisível” o desfecho da crise no país vizinho. “Ambos anunciam o apoio das Forças Armadas, que vão ser o ponto de definição disso, mas nós não sabemos nem quantidade nem qualidade de quem aderiu aos dois lados”, disse.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Grupo de Lima reiteraram apoio ao presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó; o senador dos EUA Marco Rubio pediu que os venezuelanos impeçam “colonização” cubana.

Também no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro trouxe para a seara política brasileira a crise da Venezuela. Ao expressar seu apoio à mobilização de Juan Guaidó para derrubar o regime de Nicolás Maduro, Bolsonaro fez questão de mencionar que a ditadura venezuelana tem como apoiadores no Brasil  PT e o PSOL.

O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou na manhã de hoje esperar que os militares conduzam um processo de “transição democrática” na Venezuela, depois que o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó alegou contar com o apoio de parte das Forças Armadas.

O ministro da Defesa do regime de Nicolás Maduro, Vladimir Padrino, afirmou que as Forças Armadas do país seguem “firmemente em defesa” do governo “legítimo” de Maduro. Em uma série de tuítes, Padrino disse que todas as unidades militares do país declararam “normalidade” em seus quartéis e bases militares.

Em reação às declarações e à movimentação liderada por Guaidó em Caracas, Nicolás Maduro declarou pelo Twitter que conta com a lealdade dos generais das forças territoriais do país desde janeiro passado. Na postagem, o ditador disse ter “nervos de aço”.

Reunido com manifestantes favoráveis ao fim do regime de Nicolás Maduro na Plaza Francia, em Caracas, Juan Guaidó disse mais cedo que “hoje está claro que as Forças Armadas estão com o povo e não com o ditador”. Guaidó discursou ao lado de Leopoldo López, ex-prefeito da capital e um dos líderes da oposição venezuelana. Preso desde 2014, o político afirma ter sido libertado por um “indulto presidencial” concedido pelo líder da Assembleia Nacional.

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