Pular para o conteúdo principal

Bolsonaro encerra entrevista após pergunta sobre ataques de Carlos a Mourão

Alan Santos/PR
17.abr.2019 - Presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL)Imagem: Alan Santos/PR

Do UOL, em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) encerrou entrevista que concedia a jornalistas, na manhã de hoje, ao ser questionado sobre a continuidade dos ataques de um dos seus filhos, Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), ao vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB).
O mandatário atendeu à imprensa no Palácio do Planalto depois de uma solenidade que marcou a revogação do horário de verão para este ano. Ele chegou a responder perguntas sobre a reforma da Previdência, e afirmou, por exemplo, que a Câmara dos Deputados é "soberana" para fazer alterações no texto enviado pelo governo.
"Mas a economia [gerada pela proposta inicial, na avaliação do Executivo] é importante. A gente espera que ela passe da forma mais próxima do que nós encaminhamos", completou.
A menção às farpas públicas que se sucederam no duelo entre Carlos e Mourão, no entanto, levou Bolsonaro a interromper a entrevista.
Ontem, pelo segundo dia consecutivo, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, tentou dar por encerrada a crise aberta pelos tuítes de Carlos, que é vereador no Rio de Janeiro mas tem sido um personagem influente no governo do pai.
Mourão havia dito que o assunto era "página virada" e que "quando um não quer, dois não brigam". Horas depois, Rêgo Barros declarou que a declaração do vice estava "alinhada com o pensamento do nosso presidente, de olhar para frente acendendo o farol de milha e evitar usar o retrovisor".
O porta-voz leu novamente nota que havia sido divulgada no dia anterior. O texto diz que a crise ganhou um "ponto final", que o presidente em "apreço por Mourão", mas sempre estará ao lado do seu filho.

Sem trégua

Apesar das declarações de apaziguamento transmitidas pelo governo e por Mourão, Carlos Bolsonaro seguiu ontem com os posts críticos ao vice-presidente.
Pela manhã, Carlos retuitou uma postagem que trazia um comentário de Caio Coppola para a rádio Jovem Pan. Segundo ele, "fontes no Palácio do Planalto disseram que poucas vezes detectaram tanta ambição presidencial em alguém como no vice-presidente Mourão".
Depois, compartilhou um vídeo intitulado "General Mourão: o traidor?" e disse que o "vice contraria ministros e agenda que elegeu Bolsonaro presidente".
Desde a tarde de segunda-feira (22), Carlos tem publicado em seu Twitter críticas ao vice-presidente, o que gerou mal-estar no governo e tentativas de pacificação por parte da cúpula bolsonarista.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...