Bolsonaro encerra entrevista após pergunta sobre ataques de Carlos a Mourão
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) encerrou entrevista que concedia a jornalistas, na manhã de hoje, ao ser questionado sobre a continuidade dos ataques de um dos seus filhos, Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), ao vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB).
O mandatário atendeu à imprensa no Palácio do Planalto depois de uma solenidade que marcou a revogação do horário de verão para este ano. Ele chegou a responder perguntas sobre a reforma da Previdência, e afirmou, por exemplo, que a Câmara dos Deputados é "soberana" para fazer alterações no texto enviado pelo governo.
"Mas a economia [gerada pela proposta inicial, na avaliação do Executivo] é importante. A gente espera que ela passe da forma mais próxima do que nós encaminhamos", completou.
A menção às farpas públicas que se sucederam no duelo entre Carlos e Mourão, no entanto, levou Bolsonaro a interromper a entrevista.
Ontem, pelo segundo dia consecutivo, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, tentou dar por encerrada a crise aberta pelos tuítes de Carlos, que é vereador no Rio de Janeiro mas tem sido um personagem influente no governo do pai.
Mourão havia dito que o assunto era "página virada" e que "quando um não quer, dois não brigam". Horas depois, Rêgo Barros declarou que a declaração do vice estava "alinhada com o pensamento do nosso presidente, de olhar para frente acendendo o farol de milha e evitar usar o retrovisor".
O porta-voz leu novamente nota que havia sido divulgada no dia anterior. O texto diz que a crise ganhou um "ponto final", que o presidente em "apreço por Mourão", mas sempre estará ao lado do seu filho.
Sem trégua
Apesar das declarações de apaziguamento transmitidas pelo governo e por Mourão, Carlos Bolsonaro seguiu ontem com os posts críticos ao vice-presidente.
Pela manhã, Carlos retuitou uma postagem que trazia um comentário de Caio Coppola para a rádio Jovem Pan. Segundo ele, "fontes no Palácio do Planalto disseram que poucas vezes detectaram tanta ambição presidencial em alguém como no vice-presidente Mourão".
Depois, compartilhou um vídeo intitulado "General Mourão: o traidor?" e disse que o "vice contraria ministros e agenda que elegeu Bolsonaro presidente".
Desde a tarde de segunda-feira (22), Carlos tem publicado em seu Twitter críticas ao vice-presidente, o que gerou mal-estar no governo e tentativas de pacificação por parte da cúpula bolsonarista.
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