Pular para o conteúdo principal

Sob pressão, subsecretário de Justiça dos EUA pede demissão

Rod Rosenstein nomeou o procurador especial Robert Mueller para investigar o suposto conluio entre a Rússia e a campanha eleitoral de Donald Trump

O subsecretário de Justiça dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, entregou na noite de segunda-feira 29 sua carta de renúncia ao cargo. A demissão do advogado americano já era aguardada depois da conclusão do relatório do procurador especial Robert Mueller sobre o possível conluio do presidente Donald Trump com autoridades russas durante a campanha presidencial de 2016.
Rosenstein deve deixar o Departamento de Justiça do governo Trump no próximo dia 11 de maio. Ele estava na instituição desde o governo do ex-presidente George W. Bush e manteve uma relação de altos e baixos com o atual líder americano.
PUBLICIDADE
Em abril de 2018, Trump criticou a permissão concedida pelo procurador em 2016, ainda antes de sua nomeação a subsecretário, para que o Departamento Federal de Investigação (FBI) vigiasse Carter Page, ex-assessor do presidente. Ele ainda culpou a investigação “falsa e corrupta” de Mueller, procurador nomeado por Rosenstein para o caso em 2017, como combustível das hostilidades com a Rússia.
Em agosto do ano passado, Trump mudou de tom, afirmando em entrevista ao jornal The Wall Street Journal que ele e Rosenstein tinham um relacionamento “fantástico”.
A breve amistosidade teve fim quando o ex-diretor adjunto do FBI Andrew McCabe confirmou em entrevista ao programa 60 Minutes que o subsecretário liderava a contagem de votos para um possível impeachment do republicano, com a execução da 25ª Emenda da Constituição americana.
Segundo um de seus incisos, Trump poderia ser retirado do cargo pelo vice-presidente e outros membros de seu gabinete se eles considerassem o líder “incapaz de cumprir com os deveres do governo.”
“O vice-procurador-geral estava definitivamente muito preocupado sobre o presidente, sobre sua capacidade e suas intenções”, completou McCabe.
O republicano comentou a entrevista em sua conta no Twitter em fevereiro deste ano, criticando até mesmo o ex-secretário de Justiça Jeff Sessions, responsável pela indicação de Rosenstein para supervisionar as investigações sobre o ‘Russiagate’.
“São tantas mentiras do diretor desonrado do FBI, Andrew McCabe. Ele foi demitido por mentir e, agora, sua história é ainda mais louca. Ele e Rod Rosenstein, contratado por Jeff Sessions (outra graça), estavam planejando um ato ilegal e foram pegos.”
Trump demitiu Sessions do comando do Departamento de Justiça em novembro de 2018. O ex-secretário foi um dos primeiros parlamentares a apoiar a candidatura do atual presidente, em 2016, mas acabou punido por não ter travado as investigações de Mueller sobre a interferência russa nas eleições do país.
Com a saída de seu maior aliado e a indicação de William Barr, um opositor público do inquérito contra o líder americano, cresceu a expectativa em torno da demissão de Rosenstein. Mas a situação acabou se acalmando e o subsecretário inclusive concordou em não processar o político por conspiração, depois da conclusão do relatório do procurador especial.
Apesar disso, na última semana, durante um discurso na Associação Armenia de Nova York, o advogado deixou claro que encontrou “muitas evidências” de operações russas nos computadores do governo dos Estados Unidos, e afirmou que as descobertas do conselho especial eram apenas “a ponta do iceberg” de uma estratégia da administração de Vladimir Putin para “promover a discórdia” na última corrida presidencial.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.