Pular para o conteúdo principal

Governo precisa de aval do Congresso para pagar INSS

Foto: Divulgação
Para garantir até o fim do ano aposentadorias e pensões, além de benefícios do Bolsa Família, equipe econômica depende de parlamentares
Além do risco de colapso na máquina pública por falta de dinheiro, a equipe econômica ainda depende do aval do Congresso Nacional para garantir o pagamento até o fim do ano a aposentados e pensionistas do INSS e a beneficiários do Bolsa Família, que podem ficar sem receber se essa autorização não sair até metade de 2019. O problema é considerado hoje o “calcanhar de Aquiles” do governo Jair Bolsonaro. Parlamentares experientes e técnicos da área econômica avaliam que o governo precisará agir rápido para evitar ficar na mão dos congressistas justamente no momento do auge das negociações pela reforma da Previdência. A chamada “regra de ouro” do Orçamento impede que o governo emita títulos da dívida pública para bancar despesas correntes, como salários e benefícios previdenciários. Com os sucessivos rombos nas contas públicas e a queda dos investimentos, a equipe econômica se viu sob o risco de descumprir a norma constitucional, o que seria crime de responsabilidade, passível de impeachment. Para evitar uma situação extrema, o governo recorreu à única exceção permitida pela Constituição para financiar essas despesas com emissão de dívida e condicionou o pagamento de benefícios do INSS, do BPC (assistência social), do Bolsa Família e alguns subsídios à aprovação pelo Congresso de um crédito suplementar no valor de R$ 248,9 bilhões. Salários de servidores públicos, porém, ficaram livres de qualquer trava. Sem esse crédito, Bolsonaro terá duas opções: o crime de responsabilidade ou o calote nos aposentados e beneficiários de programas sociais. A avaliação de técnicos da área econômica é de que os reflexos nos pagamentos à população podem começar já no mês de julho. Procurados, o Ministério da Economia não quis comentar, e a Casa Civil não respondeu. No Congresso, a percepção é de o custo político para negociar a aprovação do crédito será “altíssimo” para o governo, com risco de contaminar as articulações pela reforma. O Palácio do Planalto, por sua vez, pode tentar jogar a culpa nos parlamentares por ficar sem meios de pagar os benefícios. O relator do projeto é o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), designado no último dia 16 de abril. Ele pretende apresentar seu parecer até a próxima terça-feira (30), mas o texto só deve ser votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) após o feriado. Depois, ainda precisa ser aprovado no plenário do Congresso, que ainda não realizou nenhuma sessão conjunta no ano de 2019. Antes de votar o projeto da regra de ouro, será necessário “limpar” a pauta, travada por 22 vetos presidenciais. A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirma que tem conversado com os deputados na CMO sobre a necessidade de aprovar a medida. “Vamos ter conversa para ajustarmos o texto e não prejudicar de maneira nenhuma o governo”, diz. A abertura do crédito suplementar, no entanto, não resolve o problema de forma estrutural, uma vez que o próprio governo prevê novos rombos na regra de ouro nos próximos anos. O deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para alterar a Constituição e dar ao governo mecanismos de ajuste antes do estouro da regra. A ideia seria acionar os gatilhos já previstos no teto de gastos, que incluem a proibição de reajustes e de concessão de novos benefícios fiscais. Pedro Paulo disse que conversou na última semana com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Conversamos sobre isso, sobre uma pauta pós Previdência”, diz. A proposta ainda precisa receber o sinal verde da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Para ele, mesmo com a aprovação da reforma da Previdência, a atual gestão terá de ajustar a regra de ouro. “Tem uma coisa emergencial que o governo Jair Bolsonaro vai ter que enfrentar. A reforma da Previdência não dará a ele liberdade. Ele vai descumprir o teto, a regra de ouro”, alerta Pedro Paulo. Segundo ele, a pressão sobre o governo para resolver a questão – inclusive do crédito suplementar – vai aumentar. “Não vai ser simples, vai ser outra batalha”, diz.
Estadão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p