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Trump, inspiração da esquerda mundial! Também da nossa!

Dinossauros do protecionismo estão esfregando as mãos, antevendo novos tempos. Se Trump pode fechar a sua economia, por que não podemos fazer o mesmo?

Mas não deu outra, né? Cantei a bola aqui, ué. Parecia-me tão óbvio!
Eis que os esquerdistas mundo afora, inclusive no Brasil, mostram-se entusiastas de Donald Trump. O presidente americano se tornou o vingador dos recalcados. Aliás, todo fascismo sempre foi isso, não? E todo discurso à moda fascista — fascistoide —, como o de Trump, é precisamente… isso!
Durante ao menos três décadas, a esquerda, mundo afora, com seus mais diversos matizes, viu triunfar os pressupostos e também os fundamentos da globalização. Nunca na história do planeta, deste ao menos (!), tantas pessoas saíram da miséria tão depressa. O fenômeno é mais evidente na China porque tudo será sempre muito evidente na China… A verdade é que aconteceu em escala global. Países da África são hoje a meca de investidores chineses, por exemplo.
A vida da população dos países que recebem esses investimentos melhorou em uma década o que não melhorou em séculos.
E tudo isso se deu ao arrepio das teses esquerdistas, seja o esquerdismo, como já disse alguém, vegetariano, seja o esquerdismo carnívoro. Quanto mais protecionistas (os vegetarianos e herbívoros) se mostraram as respectivas economias nesse período, menos se aproveitaram da onda.
Todas as teses sobre a superexploração do trabalho a gerar miséria, do marxismo rombudo e mixuruca (os carnívoros), também foram por água abaixo. Um delinquente intelectual perigoso, como Slavoj Žižek, virou um salta-pocinhas internacional de um Apocalipse que não chega nunca. Mas que ele continuará a anunciar até o fim dos dias — os seus dias…
E, sim, apareceu também um Thomas Piketty, com sua coleção de obviedades vigaristas sobre os problemas do capitalismo, a apontar como cenário utópico — no reverso da distopia que ele descreve — políticas de redução da desigualdade, que, sabe-se lá com base em que evidências, estaria nos conduzindo ao colapso.
Em suma, para as esquerdas dos mais diversos matizes, a globalização é um mal que tem de ser contido.
É o que também pensa Donald Trump. Ah, claro, ele não é exatamente do tipo que estreita humanidades no peito e se diz preocupado com o destino dos homens… Ambições desse tamanho sempre serão das esquerdas, não é?
Ele não quer saber é dessa conversa de globalismo que estaria a tirar empregos dos americanos. Ele não quer saber é desse negócio de blocos comerciais que obrigam os EUA à reciprocidade. Toda empresa que puder ser criada na América terá de ser criada na… América. Sempre que algum setor da economia do país X ou Y atrapalhar os interesses americanos, então se vai procurar intervir para, ora vejam, garantir os interesses americanos.
Pois é…
Num artigo na Folha desta quarta, Elio Gaspari dá uma piscadela para as sandices que Trump fala em economia e, com a devida vênia, comete o disparate de reabilitar Samuel Pinheiro Guimarães, o homem que já deu as cartas no Itamaraty durante boa parte da gestão petista e ajudou a conduzir o país ao desastre no que diz respeito às suas relações comerciais.
Dinossauros do protecionismo estão esfregando as mãos, antevendo novos tempos. Afinal, se Trump pode fechar a sua economia, por que não podemos também fechar um pouco mais a nossa — já notavelmente fechada, diga-se?
A ala Policarpo Quaresma (Lima Barreto) do Itamaraty, a do nacionalismo tosco, já anda toda assanhada. Só uma ilustração: não custa lembrar que foi para “proteger o mercado nacional e os empregos” (como diria Trump) que Lula decidiu criar a grande empresa nacional de telefonia: a Oi. Houve aporte do BNDES para formar a gigante, que está quebrada.
Aqui, faço outra antevisão. Vocês verão: Trump será uma referência no Brasil na eleição de 2018. Certa direita brucutu já tenta imitar o desassombro com que ele diz bobagens e suas grosserias, que parecem congênitas. E as esquerdas, por sua vez, ensaiam o discurso “até Trump fez tal coisa…” para tentar nos vender a tese de que o bom mesmo é ter uma economia fechada.
Pois é… Trump é hoje o grande líder das esquerdas mundiais.
Ah, sim: quando ele vier a público para ofender gays, lésbicas, mulheres, mexicanos, islâmicos etc., não se deixem impressionar. Será apenas uma performance para irritar o “outro lado”, a esquerda cultural irrelevante em economia, mas poderosa na academia, nos costumes e na imprensa. Eles se alimentam mutuamente.
De verdade, mundo afora, este impressionante senhor estará é dando razão teórica ao menos — já que nunca prática — ao esquerdismo bocó.
Mal posso esperar por 2018… Já imaginaram? Ciro Gomes, talvez Lula, Marina (que andou voltando ao reduto…), quem sabe Bolsonaro… Todos a vituperar contra os vendilhões da globalização, que tentaram entregar nossa economia os transnacionalismo.
E, ó Deus!, todos eles citando… Donald Trump!

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