Dallagnol: ‘Delação da Odebrecht duplicará investigados na Lava Jato’
O ex-presidente Lula, que já enfrenta cinco processos na justiça, foi apontado por Dallagnol como o cérebro por trás do megaesquema de corrupção
Deltan Dallagnol, que dirige a equipe que revelou o esquema de corrupção e desvio de dinheiro na Petrobras, declarou que os investigadores ficaram espantados com a sofisticação do esquema montado pela Odebrecht no chamado “departamento de suborno”. “Ficamos surpresos porque uma coisa é você saber a partir de pesquisas internacionais, estudos que a corrupção no Brasil é enraizada, sistêmica e volumosa; mas outra coisa é você ver o monstro em carne e osso com teus olhos”.
Considerada a maior investigação de corrupção da história do Brasil, a “Lava Jato” já denunciou até o momento 259 pessoas, incluindo políticos e dirigentes das maiores empreiteiras do país. Dezenas de empresários e políticos já foram condenados à prisão, entre eles o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que aderiu à delação premiada.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já enfrenta cinco processos na justiça, foi apontado por Dallagnol como o cérebro por trás do megaesquema de corrupção na Petrobras, em uma apresentação pública que lhe valeu muitas críticas. Mas no final, o juiz Sérgio Moro “acolheu a denúncia”, recordou o procurador.
Morte e dúvidas — A Lava Jato foi sacudida na semana passada pela morte do ministro Teori Zavaski, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF) e encarregado de homologar as delações premiadas dos 77 executivos da Odebrecht. O ministro morreu no dia 19 de janeiro passado, na queda de um avião em Paraty, no Estado do Rio de Janeiro, que matou ainda outras quatro pessoas.
O Supremo discute no momento quem assumirá a relatoria da Lava Jato no lugar de Teori Zavaski. “O juiz da Lava Jato pode determinar os rumos de toda a operação. A mentalidade dele, sua forma de pensar, sua visão do mundo e do direito pode determinar o sucesso ou o naufrágio da operação. Especialmente, o juiz que é o relator do caso no STF”, concluiu Dallagnol.
(Com agência France-Presse)
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