Pular para o conteúdo principal

Acordo obriga Odebrecht a decifrar arquivos do ‘setor da propina’

Procuradoria-Geral da República havia pedido ajuda ao FBI, que estimou em 103 anos o tempo necessário para quebrar barreiras de segurança de sistema

A Odebrecht fez acordo com o Ministério Público Federal que a obriga a entregar e decifrar, para procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, os arquivos e códigos do banco de dados que armazena a memória eletrônica do Setor de Operações Estruturadas da empresa, conhecido como “setor da propina”.
Avaliação feita pelo FBI, a polícia federal americana, a pedido da Procuradoria-Geral da República, é que, sem ajuda da Odebrecht, seriam necessários 103 anos para superar o sofisticado sistema de proteção da empreiteira.
No servidor da empreiteira, retido na Suíça, estão os ordenamentos de repasses a políticos, o controle de contas secretas em nome de offshores, pedidos de propinas para agentes públicos, as planilhas com balanço de fluxo financeiro semanal e outras provas de crimes cometidos no Brasil e fora dele.
“Prestar à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba todas as informações que as empresas de seu grupo econômico dispuserem ou puderem obter para esclarecer os dados encontráveis em sistemas eletrônicos e base de dados eletrônicos”, diz um dos subitens da cláusula 6ª do acordo de leniência da Odebrecht.
Espécie de delação para empresas, em processos cíveis, o termo de leniência foi assinado entre a empreiteira e o Ministério Público Federal no dia 1º de dezembro e tornado público na última sexta-feira. Para ter validade, precisa ainda ser apresentado ao juiz federal Sergio Moro e homologado.
A Odebrecht se comprometeu a entregar “documentos, provas, dados de corroboração, sistemas eletrônicos e de informática (inclusive todos os dados do sistema Drousys), base de dados, entrevistas documentadas e depoimentos prestados pelos prepostos”. O sistema Drousys era a rede de comunicação interna, uma espécie de intranet, do “setor da propina”. Com sistema de comunicação fechado – sem acesso para terceiros – e servidor na Suíça, era uma garantia de comunicação segura e secreta usada pela empresa.
Os arquivos do sistema fazem parte das provas que a empreiteira promete entregar se forem homologadas as delações dos 77 executivos e ex-executivos do grupo e o acordo de leniência. As delações serão analisadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pelo relator que substituirá o ministro Teori Zavascki, morto na última quinta-feira em acidente de avião.
(Com Estadão Conteúdo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.