Ucrânia coloca suas tropas em alerta perto da Crimeia
Decisão ocorre um dia depois de Moscou afirmar ter frustrado atentados preparados por Kiev na península anexada em 2014
A denúncia de Moscou, desmentida por Kiev, deu lugar a uma troca de acusações e obrigou as duas partes a reforçar seus dispositivos militares na zona. A tensão ocorre mais de dois anos depois da anexação da península ucraniana, realizada após um referendo considerado ilegal pelos países ocidentais.
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Poucas horas antes, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que reforçaria a segurança na Crimeia após acusar as autoridades ucranianas de “passar ao terror”, e reunir seu Conselho de Segurança.
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“Foram debatidas medidas adicionais para garantir a segurança dos cidadãos e das infraestruturas vitais da Crimeia”, explicou um representante da presidência. Os participantes “estudaram detalhadamente as possíveis medidas antiterroristas para proteger as fronteiras terrestres, as águas territoriais e o espaço aéreo da Crimeia”, disse a mesma fonte.
Este Conselho de Segurança reuniu o primeiro-ministro Dmitri Medvedev, os ministros das Relações Exteriores, Serguei Lavrov; o da Defesa, Serguei Choigu, e o do Interior, Vladimir Kolokolsev, assim como responsáveis dos serviços secretos russos (FSB), Alexandre Bortnikov, e da inteligência exterior (SVR), Mikhail Fradkov.
Um responsável da Otan declarou que a Aliança acompanhava “de perto e com preocupação” a situação na região da Crimeia. “A Rússia não forneceu nenhuma prova tangível de suas acusações contra a Ucrânia”, acrescentou.
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta quinta para discutir a tensão crescente entre Rússia e Ucrânia. “Estamos extremamente preocupados com o aumento da tensão perto da fronteira administrativa entre a Crimeia e a Ucrânia”, declarou, por sua vez, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Elizabeth Trudeu.
Acusações
O FSB acusou Kiev de ter lançado várias incursões de “sabotadores-terroristas” que terminaram em confrontos armados e que custaram a vida, segundo Moscou, de um agente do FSB e de um militar russo.Segundo os serviços secretos russos, um primeiro grupo foi descoberto perto da cidade de Armiansk, na Crimeia, na madrugada de 7 de agosto em posse de vinte artefatos explosivos caseiros e vários quilos de TNT. Outros dois grupos foram interceptados na noite seguinte, apoiados por disparos do exército ucraniano, segundo a mesma fonte.
Fontes citadas pelo jornal russo Kommersant afirmaram que as pessoas detidas queriam atacar zonas turísticas da península, conhecida por suas praias, para “semear o pânico” provocando pequenas explosões.
O presidente ucraniano disse que as acusações são “absurdas e cínicas”, e servem de “pretexto para novas ameaças militares contra a Ucrânia”. O ministério da Defesa ucraniano evocou uma “tentativa de justificar a mobilização e as agressões” das forças russas na região.
(Com AFP)
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