Moro nega pedido da mulher de Cunha e manda processo seguir
Defesa de Cláudia Cruz pedia a absolvição sumária dela por haver supostas irregularidades no processo por lavagem de dinheiro e evasão de divisas

Claudia Cruz, esposa do deputado Eduardo Cunha (PMDB-/Folhapress/Folhapress)
Os advogados de Cláudia Cruz haviam se queixado ao juiz de que teria havido cerceamento da defesa porque não foram incluídas nos autos cópias integrais das investigações contra o casal na Suíça. Reclamaram também por não terem tido acesso aos depoimentos em vídeo dos delatores Nestor Cerveró, Fernando Baiano e Hamylton Padilha e da falta de tradução de documentos “imprescindíveis”.
O magistrado afirmou no despacho que “não tem qualquer propósito pretender acesso à integralidade do processo de investigação realizado na Suíça para questionar a sua validade perante os Tribunais brasileiros”.
Quanto às delações, Moro ponderou que as colaborações de Cerveró e Baiano foram homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e não por ele, e que os depoimentos de Padilha não foram tomados em vídeo. “Apesar da ausência dos vídeos, a Defesa tem acesso aos depoimentos por escrito e, querendo, poderá ou poderia requerer a sua oitiva em Juízo sob contraditório, não havendo espaço para se falar em cerceamento de defesa”, concluiu o juiz federal.
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A principal reclamação dos advogados da mulher de Cunha, no entanto, tratava da suposta ilegalidade das provas remetidas pelos investigadores suíços ao Brasil. Segundo a defesa, não haveria previsão legal para a transferência de processos criminais entre os dois países, não poderiam ter sido usadas provas para imputação do crime de evasão de divisas e as provas não foram obtidas com base em decisão judicial.
Sergio Moro rebateu as queixas afirmando que “pretendendo a Defesa de Cláudia Cordeiro Cruz questionar a validade dos atos praticados pelas autoridades suíças, deve contratar um advogado naquele país que poderá questionar os atos perante as autoridades ou Cortes de Justiça competentes daquele país”. O magistrado argumentou que as autoridades suíças enviaram suas investigações contra Eduardo Cunha ao Brasil “por entenderem que o processo no Brasil teria mais chances de êxito”.
US$ 1,5 mi em propina – De acordo com as investigações suíças e brasileiras, Cláudia Cruz era como beneficiária final de uma conta de Cunha na Suíça e destinou a pagamentos e gastos de luxo dinheiro desviado de um contrato da Petrobras para a exploração de um campo de petróleo no Benin, na África.
A denúncia do Ministério Público Federal, aceita por Moro no início de junho, aponta que o empresário Idalécio de Oliveira pagou 1,5 milhão de dólares em propina a Cunha por meio do lobista Henriques. Ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Zelada teria sido responsável por facilitar o negócio com a estatal em troca de propina.
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