Pular para o conteúdo principal
Lula disse que Delcídio estava preocupado com presos na Lava Jato
Folhapress
PODER - SP - O Presidente Lula fala no Seminario Nacional do Sistema financeiro e Sociedade. 29/07/2016 - Foto Marlene Bergamo/Folhapress - 017
Ex-presidente Lula fala no Seminário Nacional do Sistema Financeiro e Sociedade nesta sexta-feira (29)

Réu sob acusação de ter tentado sabotar a Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República), que teve conversas sobre os desdobramentos do esquema de corrupção da Petrobras com o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). Segundo Lula, o ex-senador estava "preocupado com as pessoas que estavam presas por ser amigo delas", como o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró.
O depoimento, até hoje inédito, foi prestado durante o inquérito contra Lula e Delcídio sob suspeita de obstrução das investigações do esquema de corrupção, no qual é acusado de participar da tentativa de compra do silêncio de Cerveró. Após ser denunciado, o ex-presidente foi transformado em réu na última sexta (29) pela Justiça Federal do Distrito Federal.
Lula classificou de "mentira" a acusação feita por Delcídio em sua delação premiada de que discutiu com o ex-presidente a tentativa de dar dinheiro a Cerveró, para evitar que o ex-diretor fizesse delação.
O ex-presidente afirmou que "discutiu aspectos da Operação Lava Jato com Delcídio porque este tinha preocupação com as pessoas que estavam presas, até por ter sido da Petrobras e do setor energético e elétrico" e também "possivelmente por ter inclusive trabalhado [na estatal] durante o governo Fernando Henrique Cardoso".
O ex-presidente afirmou ainda que "Delcídio dizia estar preocupado com as pessoas que estavam presas por ser amigo delas, como Cerveró e outras".
Questionado sobre sua reação ao acordo de delação de Cerveró, o petista disse que reagiu "normalmente" e que não soube da reação do governo e do PT sobre a delação.
"Que não conversou sobre esse assunto com ninguém e que não tinha nem razão [para isso]", disse.
Lula disse que esteve entre três ou quatro vezes com Delcídio, mas antes de o ex-senador ser preso.
Em relação a Cerveró, Lula disse que não tinha relação pessoal e que "acha que nunca teve uma conversa a sós com Nestor Cerveró por nem um minuto". Repetiu que sua indicação à diretoria Internacional da Petrobras foi "partidária".
Em sua delação, o ex-diretor afirmou que deu um contrato ao grupo Schahin em compensação por um empréstimo fraudulento que o antigo banco havia dado para o pecuarista José Carlos Bumlai, mas que era destinado ao PT.
Delcídio acusou ainda a família de Bumlai de ter fornecido os pagamentos para a família de Cerveró, em troca do silêncio do ex-diretor. O senador foi preso preventivamente em novembro, acusado de participar de uma trama para evitar a delação de Cerveró, e foi solto após assinar uma colaboração premiada. À época, ele era líder do governo no Senado.
Lula confirmou ser amigo e próximo de Bumlai, dizendo inclusive que ele frequentava seus aniversários. "Ainda é amigo de José Carlos Bumlai, mas ele está preso atualmente", descreve o registro do depoimento.
AJUDA FINANCEIRA
Nos seus depoimentos, José Carlos Bumlai e seu filho, Mauricio Bumlai, relataram que Delcídio os procurou pedindo ajuda financeira para a família de Cerveró. Afirmaram, entretanto, que negaram a ajuda.
Mauricio confirmou ter tido dois encontros pessoais com Delcídio nos quais houve conversas sobre o assunto. Também relatou um encontro com o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, em um quarto de hotel em São Paulo.
"Delcídio disse para o declarante ver com seu pai para tentar ajudar a família de Cerveró. Que na hora o declarante já respondeu ao senador que a conversa não cabia, pois tinha certeza que o pai do declarante não conhecia Nestor Cerveró", diz o relatório do depoimento de Mauricio.
Segundo ele, Delcídio ficou "contrariado" com a negativa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p