Lula disse que Delcídio estava preocupado com presos na Lava
Jato
Folhapress | ||
Ex-presidente Lula fala no Seminário Nacional do Sistema Financeiro e Sociedade nesta sexta-feira (29) |
Réu sob acusação de ter tentado sabotar a Lava Jato, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva afirmou, em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da
República), que teve conversas sobre os desdobramentos do esquema de corrupção
da Petrobras com o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). Segundo Lula, o
ex-senador estava "preocupado com as pessoas que estavam presas por ser amigo
delas", como o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró.
O depoimento, até hoje inédito, foi prestado durante o inquérito contra Lula e Delcídio sob suspeita de obstrução das investigações do esquema de corrupção, no qual é acusado de participar da tentativa de compra do silêncio de Cerveró. Após ser denunciado, o ex-presidente foi transformado em réu na última sexta (29) pela Justiça Federal do Distrito Federal.
Lula classificou de "mentira" a acusação feita por Delcídio em sua delação premiada de que discutiu com o ex-presidente a tentativa de dar dinheiro a Cerveró, para evitar que o ex-diretor fizesse delação.
O ex-presidente afirmou que "discutiu aspectos da Operação Lava Jato com Delcídio porque este tinha preocupação com as pessoas que estavam presas, até por ter sido da Petrobras e do setor energético e elétrico" e também "possivelmente por ter inclusive trabalhado [na estatal] durante o governo Fernando Henrique Cardoso".
O ex-presidente afirmou ainda que "Delcídio dizia estar preocupado com as pessoas que estavam presas por ser amigo delas, como Cerveró e outras".
Questionado sobre sua reação ao acordo de delação de Cerveró, o petista disse que reagiu "normalmente" e que não soube da reação do governo e do PT sobre a delação.
"Que não conversou sobre esse assunto com ninguém e que não tinha nem razão [para isso]", disse.
Lula disse que esteve entre três ou quatro vezes com Delcídio, mas antes de o ex-senador ser preso.
Em relação a Cerveró, Lula disse que não tinha relação pessoal e que "acha que nunca teve uma conversa a sós com Nestor Cerveró por nem um minuto". Repetiu que sua indicação à diretoria Internacional da Petrobras foi "partidária".
Em sua delação, o ex-diretor afirmou que deu um contrato ao grupo Schahin em compensação por um empréstimo fraudulento que o antigo banco havia dado para o pecuarista José Carlos Bumlai, mas que era destinado ao PT.
Delcídio acusou ainda a família de Bumlai de ter fornecido os pagamentos para a família de Cerveró, em troca do silêncio do ex-diretor. O senador foi preso preventivamente em novembro, acusado de participar de uma trama para evitar a delação de Cerveró, e foi solto após assinar uma colaboração premiada. À época, ele era líder do governo no Senado.
Lula confirmou ser amigo e próximo de Bumlai, dizendo inclusive que ele frequentava seus aniversários. "Ainda é amigo de José Carlos Bumlai, mas ele está preso atualmente", descreve o registro do depoimento.
AJUDA FINANCEIRA
Nos seus depoimentos, José Carlos Bumlai e seu filho, Mauricio Bumlai, relataram que Delcídio os procurou pedindo ajuda financeira para a família de Cerveró. Afirmaram, entretanto, que negaram a ajuda.
Mauricio confirmou ter tido dois encontros pessoais com Delcídio nos quais houve conversas sobre o assunto. Também relatou um encontro com o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, em um quarto de hotel em São Paulo.
"Delcídio disse para o declarante ver com seu pai para tentar ajudar a família de Cerveró. Que na hora o declarante já respondeu ao senador que a conversa não cabia, pois tinha certeza que o pai do declarante não conhecia Nestor Cerveró", diz o relatório do depoimento de Mauricio.
Segundo ele, Delcídio ficou "contrariado" com a negativa.
O depoimento, até hoje inédito, foi prestado durante o inquérito contra Lula e Delcídio sob suspeita de obstrução das investigações do esquema de corrupção, no qual é acusado de participar da tentativa de compra do silêncio de Cerveró. Após ser denunciado, o ex-presidente foi transformado em réu na última sexta (29) pela Justiça Federal do Distrito Federal.
Lula classificou de "mentira" a acusação feita por Delcídio em sua delação premiada de que discutiu com o ex-presidente a tentativa de dar dinheiro a Cerveró, para evitar que o ex-diretor fizesse delação.
O ex-presidente afirmou que "discutiu aspectos da Operação Lava Jato com Delcídio porque este tinha preocupação com as pessoas que estavam presas, até por ter sido da Petrobras e do setor energético e elétrico" e também "possivelmente por ter inclusive trabalhado [na estatal] durante o governo Fernando Henrique Cardoso".
O ex-presidente afirmou ainda que "Delcídio dizia estar preocupado com as pessoas que estavam presas por ser amigo delas, como Cerveró e outras".
Questionado sobre sua reação ao acordo de delação de Cerveró, o petista disse que reagiu "normalmente" e que não soube da reação do governo e do PT sobre a delação.
"Que não conversou sobre esse assunto com ninguém e que não tinha nem razão [para isso]", disse.
Lula disse que esteve entre três ou quatro vezes com Delcídio, mas antes de o ex-senador ser preso.
Em relação a Cerveró, Lula disse que não tinha relação pessoal e que "acha que nunca teve uma conversa a sós com Nestor Cerveró por nem um minuto". Repetiu que sua indicação à diretoria Internacional da Petrobras foi "partidária".
Em sua delação, o ex-diretor afirmou que deu um contrato ao grupo Schahin em compensação por um empréstimo fraudulento que o antigo banco havia dado para o pecuarista José Carlos Bumlai, mas que era destinado ao PT.
Delcídio acusou ainda a família de Bumlai de ter fornecido os pagamentos para a família de Cerveró, em troca do silêncio do ex-diretor. O senador foi preso preventivamente em novembro, acusado de participar de uma trama para evitar a delação de Cerveró, e foi solto após assinar uma colaboração premiada. À época, ele era líder do governo no Senado.
Lula confirmou ser amigo e próximo de Bumlai, dizendo inclusive que ele frequentava seus aniversários. "Ainda é amigo de José Carlos Bumlai, mas ele está preso atualmente", descreve o registro do depoimento.
AJUDA FINANCEIRA
Nos seus depoimentos, José Carlos Bumlai e seu filho, Mauricio Bumlai, relataram que Delcídio os procurou pedindo ajuda financeira para a família de Cerveró. Afirmaram, entretanto, que negaram a ajuda.
Mauricio confirmou ter tido dois encontros pessoais com Delcídio nos quais houve conversas sobre o assunto. Também relatou um encontro com o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, em um quarto de hotel em São Paulo.
"Delcídio disse para o declarante ver com seu pai para tentar ajudar a família de Cerveró. Que na hora o declarante já respondeu ao senador que a conversa não cabia, pois tinha certeza que o pai do declarante não conhecia Nestor Cerveró", diz o relatório do depoimento de Mauricio.
Segundo ele, Delcídio ficou "contrariado" com a negativa.
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