Bolsonaro, Tábata e Maia mostram como é impossível não usufruir de privilégios
Foto: Agência Brasil
Jair Bolsonaro, Tábata Amaral e Rodrigo Maia
Fatos sobre fatos mostram que, com raríssimas exceções, é praticamente impossível dissociar a classe política brasileira do usofruto de privilégios. Quaisquer que sejam eles.
A revelação de que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou avião da FAB para transportar a família numa viagem à Disney é uma das provas mais recentes da tese.
Mas não é a única. A família do presidente Jair Bolsonaro também utilizou-se de uma das aeronaves pagas com dinheiro público para se deslocar até o local do casamento de Eduardo Bolsonaro.
Trata-se do mesmo “Zero” que o presidente da República quer emplacar no melhor posto da diplomacia brasileira no exterior, uma mamata e tanta para quem, além de fritar hambúrgueres, sabe repetir a frase do pai de que Brilhante Ustra, condenado por tortura, foi um exemplo .
Alguém que aparecia como a novidade da política nacional, cevada nestes programas que elogiosamente buscam incentivar a renovação nos Parlamentos, Tábata Amaral (PDT-SP) também deixou-se sucumbir pelo que deveria combater.
Foi pega contratando o namorado com dinheiro público por cerca de R$ 30 mil sob o argumento de que o rapaz, nascido na Colômbia e que conheceu quando estudava, com bolsa, em Harvard, largou tudo para dedicar-se à sua campanha de deputada federal.
O que une personagens tão diversos? O apreço por um pedaço da coisa pública, uma boquinha que seja, para uso privado. A certeza, entranhada na sociedade brasileira, de que o que é de todos é do Estado e, portanto, de ninguém.
Não importa que algum deles possa até ajudar o país, em algum dado momento, como fez Rodrigo Maia no episódio da reforma da Previdência, que tocou na Câmara, apesar dos boicotes do presidente da República.
A disposição para se servir do país parece sempre maior do que a de servi-lo, objetivo maior da política, motivo porque à população brasileira deveria ser mais importante fiscalizar do que acreditar, cobrar do que confiar, evitando entrar no clima de torcida que a desune em benefício de quem ascende a uma posição de poder e não hesita, mesmo quando surge aquela pequena oportunidade, em passá-la para trás.
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