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ADORSete chapas disputam presidência do PT de Salvador em meio a desafio por reconquista de espaços

Foto: redes sociais
Gilmar Santiago e Ademário Costa
O diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) em Salvador deve escolher seu novo presidente no dia 8 de setembro. Atualmente comandado na capital baiana pelo ex-vereador Gilmar Santiago, da corrente interna Democracia Socialista, o partido se articula para lidar com uma série de desafios políticos e eleitorais no ano que vem, quando ocorrem as eleições para o palácio Thomé de Sousa e para a Câmara Municipal. Isso em um cenário pós-derrota na disputa presidencial, marcada por uma polarização que ainda perdura em todo o país.
Até o momento, sete chapas estão no páreo pela executiva municipal, incluindo a de Santiago, que tem a vereadora Marta Rodrigues como candidata a vice. “Fizemos uma gestão coletiva exitosa, com todas as correntes, não é um mérito pessoal, foi um mérito coletivo. Poderíamos agora, em vez de ter uma disputa, afunilar, ter uma chapa de consenso. Mas é natural do PT a disputa das ideias”, disse Santiago em entrevista ao Política Livre.
O petista tem conversado com os demais concorrentes na tentativa construir um afunilamento ou, pelo menos, angariar apoios. “É natural o PT ter sete chapas. Mas tenho já procurado várias lideranças para ver a possibilidade de afunilamento, de consensuar. Vou fazer esforço para continuar dialogando”, afirmou, fazendo um balanço positivo de sua gestão.
“Há dois anos, aceitei o desafio de ser presidente do PT de Salvador por dois anos, considerando que era uma forma de contribuir com o partido que me projetou. Foi no PT que conquistei três mandatos na Câmara de Salvador e que ocupei um cargo executivo, que foi a secretaria de Reparação e a Casa Civil na prefeitura. Tenho orgulho agora de encabeçar uma chapa com Marta Rodrigues, uma vereadora destacada, a maior referência do PT na Câmara”, acrescentou, enumerando os apoiadores, que incluem os deputados federais Nelson Pelegrino, Afonso Florence, Waldenor Pereira, Joseildo Ramos, os estaduais Robinson Almeida, Maria del Carmen, Zé Raimundo e Osni Cardoso, a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, e o ex-deputado Luiz Alberto.
Santiago afirma que, caso seja reeleito, vai aprofundar a organização da sigla nas zonas eleitorais e a chapa de vereadores, que deve ter 22 mulheres. “E uma candidatura para prefeito. Precisamos ter voz forte para construir um projeto político exitoso nas eleições do ano que vem”, disse, citando também a crise política nacional. Ele reafirmou que Lula é “preso político” e criticou o “desgoverno de Bolsonaro”.
Nas eleições de 2016, o PT não teve candidato próprio e apoiou Alice Portugal (PCdoB), e viu sua bancada de vereadores diminuir: de sete eleitos em 2012, caiu para três em 2016. Em 2020, com o fim das coligações proporcionais, a maioria dos partidos se esforça para lançar candidatos ao Executivo a fim de preservar suas bancadas no Legislativo.
Principal adversário de Gilmar Santiago, Ademário Costa, atual chefe de gabinete do deputado federal Jorge Solla e ligado à corrente interna Avante, declarou ao Política Livre que se candidatou porque defende uma “transição interna” do PT. Para o petista, o PT “ainda se organiza como um partido que foi criado no fim da década de 80. É necessário que o partido faça uma atualização programática, e para isso precisa fazer uma transição. Estamos chamando de transição geracional, territorial, de gênero e racial. Inclusive, o partido precisa fazer sua transição de classe, compreendendo que a classe trabalhadora do seculo XXI não é a mesma do ABC paulista, do polo da década de 80”, defendeu.
Costa acrescentou que a legenda “precisa ter uma cara ainda mais popular, nas periferias urbanas, em setores que não estão inseridos no mercado formal”. “Fui da geração que nas ruas ajudou a derrotar o carlismo. Compreendendo que para derrotar Neto precisamos apresentar um programa democrático e popular”, propõe. Segundo ele, o modelo de gestão do prefeito ACM Neto (DEM) está concentrado na “especulação imobiliária” e no “turismo predatório”, e defende focar estrategicamente na educação, na saúde e na cultura. O petista sugere ainda “tornar a cidade mais inclusiva”, “trazer os bairros populares, em conexão com o centro”. “Por isso defendo uma candidatura própria [à prefeitura de Salvador]”, disse.
Nesta semana, Ademário Costa recebeu o apoio do vereador Suíca. “Ademário representa a renovação desse projeto que o PT implantou desde a era Lula. Foi ativo no movimento estudantil e participou de ações históricas na capital, inclusive em ato político que levou à derrocada do modo carlista de governar”, disse Suíca em nota.
O prazo para fusão de chapas termina nesta sexta-feira (02) e, até lá, os candidatos esperam receber novas declarações de apoio. Além de Gilmar Santiago e Ademário Costa, disputam a presidência municipal do PT a Professora Edenice Sant’Ana, da corrente O trabalho; Hamilton Menezes, da Construindo um Novo Brasil (CNB); Walter Takemoto, da Articulação de Esquerda; e Iracema Moura e Daniele Ferreira, ambas da Esquerda Popular Socialista (EPS).

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