Pular para o conteúdo principal
Foto: Wilton Júnior/Estadão
30 de setembro de 2019 | 06:09

Após onda antipolítica, Witzel vira articulador de olho no Planalto em 2022

BRASIL
Na primeira vez em que falou sobre a morte da menina Ágatha Félix, 8, Wilson Witzel (PSC) fez questão de mostrar que não está sozinho. O governador do Rio levou oito autoridades para a entrevista, agradeceu a presença de deputados de sua base, afirmou ter recebido a ligação do presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT), e disse que havia passado o final de semana em contato com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e com o ministro da Justiça, Sergio Moro.
O episódio simboliza a estreia de Witzel, ex-juiz federal eleito em 2018 na onda da antipolítica, como articulador no cenário da política tradicional. O governador vem se dedicando pessoalmente à montagem de um palanque, com o objetivo de garantir a governabilidade e viabilizar seu sonho de chegar à Presidência da República em 2022. Aliados afirmam que Witzel quer mostrar ao eleitor que representa uma direita mais palatável do que a do presidente Jair Bolsonaro (PSL), a quem apoiou na eleição do ano passado. Witzel tem pressa por dois motivos: para deter o avanço do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que também almeja o Palácio do Planalto, e para tirar proveito da fragilidade do governo Bolsonaro.
O governador considera, ainda, que pode aproveitar a exposição que ganhou com o caso do ônibus sequestrado na ponte Rio-Niterói no mês pasado. Em cena memorável, ao descer de um helicóptero ele comemorou com socos no ar o desfecho —que teve a morte do sequestrador pelas forças de segurança. Muitos aliados dizem acreditar que o governador se precipitou ao anunciar a intenção de chegar logo à Presidência. No entanto, lembram que Witzel foi um azarão e que não tinha garantias quando deixou a toga para concorrer ao governo do Rio. O ex-juiz é obstinado e está obcecado com a ideia de se tornar presidente, vendo na direita um espaço a ser conquistado em uma disputa com Doria.
Witzel investe nas relações com dois tradicionais aliados do PSDB —DEM e PP— para evitar que eles já fechem uma aliança com Doria. Com assentos no governo paulista, nenhum dos dois partidos se comprometeu por enquanto a apoiar o tucano para a Presidência. Ao PP Witzel ofereceu a Secretaria da Agricultura de seu governo. A Rodrigo Maia, com quem está em frequente contato, ofertou uma supersecretaria de Infraestrutura, reunindo obras e habitação. Bruno Kazuhiro, presidente nacional da juventude do DEM e pupilo de Cesar Maia (pai do presidente da Câmara dos Deputados e ex-prefeito do Rio), deve ser indicado para comandar a pasta.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...