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Se fosse de ‘trabalho honesto’, não estaria em caixas e malas, diz PGR sobre R$ 51 mi de Geddel

Foto: Dida Sampaio/Estadão
Em memoriais ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral em exercício, Alcides Martins, voltou a pedir a condenação do ex-ministro Geddel Vieira Lima e seu irmão, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima, pelo bunker dos R$ 51 milhões em Salvador, alvo da maior apreensão da história da Polícia Federal. O julgamento está previsto para esta terça, 24, pela 2ª Turma do Supremo, composta por Edson Fachin (relator), Celso de Mello (Revisor), Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Na derradeira peça entregue antes do julgamento dos emedebistas, Martins destacou a incoerência de se guardar aquele montante, e não aplicá-lo no banco.
A título de exemplo, Martins afirmou que, ‘de acordo com o Banco Central do Brasil14, a inflação entre 2011 e setembro de 2017 foi de 43%’. “Deste modo, pelos critérios do BACEN, o valor nominal de R$ 51 milhões, que repousava inerte naquelas caixas e malas, se corrigido só pela inflação, significaria um montante atualizado de R$ 73.327.682,70”. “Se aplicados os R$ 51 milhões na poupança, notoriamente uma aplicação muito ruim para um empresário, eles renderiam 59,68% em seis anos e totalizariam R$ 81.439.849,80 nesse período”, explica.
Para Alcides Martins, ‘ninguém em sã consciência, guardaria em caixas e malas, sem vigilância, cofre ou qualquer cuidado, R$ 51 milhões, se os tivesse obtido por efetivo trabalho honesto’. “Tudo poderia ser furtado, roubado, extraviado’. Geddel, preso desde 8 de setembro de 2017, Lúcio, ainda o Luiz Fernando, e a mãe dos emedebistas, Marluce Vieira Lima, foram denunciados em dezembro de 2017, três meses após a deflagração da Operação Tesouro Perdido, que apreendeu, em 5 de setembro daquele ano, os R$ 51 milhões em dinheiro vivo – R$ 42,6 milhões e US$ 2,6 milhões – em um apartamento em Salvador, que fica a pouco mais de um quilômetro da casa da matriarca. No dinheiro, foram encontradas digitais de Geddel.
Geddel, Lúcio e o empresário Luiz Fernando Machado Costa Filho, pediram para que sua inocência seja reconhecida. Já o ex-assessor Job Ribeiro Brandão, que afirmou ter ajudado a contar o dinheiro atribuído aos emedebistas, pediu sua absolvição sob o argumento de que apenas cumpriu ordens de seus superiores. A ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reforçou, em alegações finais, o pedido de condenação dos irmãos e do empresário. A então chefe do Ministério Público Federal pediu a condenação de Geddel a 80 anos de prisão e 48 anos e seis meses para Lúcio, ex-deputado federal.
Estadão

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