Polícia de SP prende líderes sem-teto por suspeita de extorsão
A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta segunda-feira (24) quatro líderes de movimentos sem-teto da capital paulista suspeitas de associação criminosa e extorsão, por cobrarem aluguel nas ocupações que coordenam. Os movimentos dizem que as cobranças são uma divisão dos gastos de manutenção dos prédios invadidos e que as prisões são ilegais.Foram presos nesta segunda (24), por cinco dias, Edinalva Silva Franco Pereira, Sidney Ferreira Silva, Janice Ferreira Silva e Angélica dos Santos Lima. Há outros cinco mandados de prisão temporária que ainda não foram cumpridos, contra Ananias Pereira dos Santos, Hamilton Coelho Resende, Andreya Tamara Santos de Oliveira, Josiane Cristina Barranco e Carmen da Silva Ferreira. Além disso, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão. O inquérito da Polícia Civil é um desdobramento da investigação sobre o edifício Wilton Paes de Almeida, que caiu em 1º de maio de 2018, no centro de São Paulo, após ser consumido em um incêndio, deixando nove mortos. Ananias Pereira dos Santos, alvo de mandado de prisão, era coordenador do MLSM (Movimento de Luta Social por Moradia), que comandava a ocupação no Wilton Paes. Hamilton Coelho Resende também fazia parte da coordenação da ocupação do prédio. Carmen da Silva Ferreira é uma líder sem-teto conhecida na capital. Coordenadora do MSTC (Movimento Sem Teto do Centro), ela foi absolvida no começo deste ano em um processo em que foi denunciada também por extorsão, enquanto coordenava a ocupação do antigo Hotel Cambridge, no centro de SP. Sidney Ferreira Silva e Janice Ferreira Silva, também conhecida como Preta, são filhos de Carmen e fazem parte da ocupação 9 de Julho, no centro. Preta é apresentadora do boletim semanal Lula Livre, vídeos publicados nas redes sociais que informam a situação jurídica do ex-presidente. Edinalva Silva Franco Pereira é coordenadora do Movimento de Moradia para Todos, que mantém ocupações no centro da cidade. De acordo com o delegado André Figueiredo, da Divisão de Investigações Gerais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), após a queda do Wilton Paes de Almeida a polícia recebeu uma série de cartas anônimas com denúncias de extorsão. As ocupações cobravam entre R$ 200 e R$ 400 dos moradores, segundo ele. Quem não pagava era alvo de ameaça, agressão física e despejo.
Com base em depoimentos de testemunhas e interceptações telefônicas, a polícia pediu a prisão de 17 pessoas à Justiça, que autorizou 9 delas. Figueiredo fez questão de ressaltar que a operação não mira os movimentos em si, mas seus líderes, e ressaltou que não apurou o envolvimento com drogas ou armas, como houve na operação que desmantelou uma quadrilha que coordenava a ocupação do Cine Marrocos, também no centro, em 2016. A reportagem não conseguiu contato com as defesas de Ananias Pereira e de Hamilton Resende, do Wilton Paes de Almeida, que não foram presos. Os outros presos não têm relação com o MLSM (Movimento de Luta Social por Moradia), do prédio que caiu no ano passado, garantem advogados e membros de movimentos de moradia. O advogado Ariel de Castro Alves, que defende Carmen, Sidney e Janice, afirma que a polícia ouviu como testemunhas pessoas ligadas ao crime organizado, que tentavam se infiltrar nessas ocupações e que eram barrados por Carmen. Ele também defende a cobrança de taxas. “Nenhum movimento de moradia vai sobreviver sem contribuições coletivas”, afirma, referindo-se aos custos de manutenção das ocupações. Segundo o advogado Benedito Roberto Barbosa, da União dos Movimentos de Moradia, as prisões fazem parte de “um processo de criminalização dos movimentos sociais. As pessoas têm endereço fixo, as associações têm CNPJ, ninguém nunca se recusou a comparecer à delegacia”, diz ele.Barbosa diz que os presos já mostraram as prestações de contas das ocupações para mostrar que as cobranças de taxas são legítimas. Uma mobilização contra as prisões foi convocada pelas redes sociais. Em solidariedade aos suspeitos presos, os cantores Chico César, Maria Gadú e Ana Cañas estiveram no Deic, além de parlamentares do PT, como o deputado federal Paulo Teixeira e o vereador Eduardo Suplicy, e do PSOL (Ivan Valente).
Com base em depoimentos de testemunhas e interceptações telefônicas, a polícia pediu a prisão de 17 pessoas à Justiça, que autorizou 9 delas. Figueiredo fez questão de ressaltar que a operação não mira os movimentos em si, mas seus líderes, e ressaltou que não apurou o envolvimento com drogas ou armas, como houve na operação que desmantelou uma quadrilha que coordenava a ocupação do Cine Marrocos, também no centro, em 2016. A reportagem não conseguiu contato com as defesas de Ananias Pereira e de Hamilton Resende, do Wilton Paes de Almeida, que não foram presos. Os outros presos não têm relação com o MLSM (Movimento de Luta Social por Moradia), do prédio que caiu no ano passado, garantem advogados e membros de movimentos de moradia. O advogado Ariel de Castro Alves, que defende Carmen, Sidney e Janice, afirma que a polícia ouviu como testemunhas pessoas ligadas ao crime organizado, que tentavam se infiltrar nessas ocupações e que eram barrados por Carmen. Ele também defende a cobrança de taxas. “Nenhum movimento de moradia vai sobreviver sem contribuições coletivas”, afirma, referindo-se aos custos de manutenção das ocupações. Segundo o advogado Benedito Roberto Barbosa, da União dos Movimentos de Moradia, as prisões fazem parte de “um processo de criminalização dos movimentos sociais. As pessoas têm endereço fixo, as associações têm CNPJ, ninguém nunca se recusou a comparecer à delegacia”, diz ele.Barbosa diz que os presos já mostraram as prestações de contas das ocupações para mostrar que as cobranças de taxas são legítimas. Uma mobilização contra as prisões foi convocada pelas redes sociais. Em solidariedade aos suspeitos presos, os cantores Chico César, Maria Gadú e Ana Cañas estiveram no Deic, além de parlamentares do PT, como o deputado federal Paulo Teixeira e o vereador Eduardo Suplicy, e do PSOL (Ivan Valente).
Folhapress
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