O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, classificou como “uma falta de sorte” que tenha acontecido às vésperas da cúpula do G20 a prisão do segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, na Espanha, por transportar 39 quilos de cocaína em sua bagagem pessoal, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O veículo é uma aeronave reserva da Presidência.
“Podia não ter acontecido, né? Foi uma falta de sorte acontecer exatamente na hora de um evento mundial e acaba tendo uma repercussão mundial que poderia não ter tido. Foi um fato muito desagradável”, afirmou Heleno em Osaka, Japão, onde acompanha o presidente Jair Bolsonaro (PSL) para a reunião das 20 maiores economias do mundo.
Heleno, contudo, minimizou o impacto da prisão na imagem do país. “Se mudar a imagem do Brasil por causa disso, realmente, só se a gente não estivesse sabendo da quantidade de tráfico de droga que tem no mundo”, afirmou o general.
O ministro descartou a possibilidade de o GSI atuar na questão. “A Força Aérea diz que vai aperfeiçoar o seu esquema de segurança. Claro que isso aí não é uma coisa normal, então houve um problema, que escapou. Cada um tem o seu cada qual. A revista de passageiros, de malas, para os aviões da FAB são encargo da FAB, que não é subordinada a mim. Então, o GSI não tem nada que ver com isso, zero”, argumentou.
Heleno afirmou ainda que todos que entram no avião presidencial têm a mala revistada, inclusive o presidente, mas disse que não há “efetivo” para manter o esquema de vigilância por todo o tempo. “O que vocês têm que entender é que esse sargento era da comissaria, ele chega muito antes. Você não tem efetivo para manter todo tempo um esquema de vigilância”.
Laranjas do PSL
Quando questionado sobre a prisão de Mateus Von Rondon, assessor especial do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, Heleno alegou não ter conhecimento da questão. “Nem sabia. Foi agora? Bolsonaro nem sabe, garanto que ele não sabe”, disse. A Polícia Federal prendeu Rondon nesta quinta-feira, em Brasília, na Operação Sufrágio Ostentação, que investiga supostas candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais.
(Com Estadão Conteúdo)
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