Agentes da Polícia Federal no Rio de Janeiro cumprem na manhã desta terça-feira, 28, uma nova fase da Operação Lava Jato em um desdobramento da Câmbio, Desligo.
Segundo informações do canal Globo News, as ordens de prisão são contra um operador financeiro e dois funcionários de um banco, além de busca e apreensão contra outros suspeitos.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do RJ, a pedido do Ministério Público Federal.
Deflagrada em maio de 2018, a Câmbio, Desligo tem como alvo doleiros que operavam no mercado paralelo de câmbio e são acusados de lavar 1,6 bilhão de reais para organizações criminosas, incluindo a liderada pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB).
Além de Cabral, foram denunciados pelo MPF em junho do ano passado outros 61 acusados, incluindo Dario Messer, considerado pela procuradoria o “doleiro dos doleiros”.
Investigado também nos casos Banestado e mensalão, Messer está foragido desde o início da operação e teve um Habeas Corpus preventivo negado no Supremo Tribunal Federal no início deste mês.
Em dezembro do ano passado, agentes da Interpol detiveram no Paraguai o doleiro Bruno Farina, apontado como sócio de Messer.
Nas 816 páginas da denúncia, Dario Messer é acusado dos crimes de formação de quadrilha, pertinência a organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Os investigadores atribuem a ele participação em 183 dos 186 fatos criminosos narrados no documento.
A denúncia aponta operações de dólar-cabo como o principal modus operandi dos doleiros para lavar dinheiro. Transações deste tipo envolvem “compra” ou “venda” de dólares.
Na “compra”, método que costuma ser utilizado por agentes públicos que recebem propina, o “cliente” do doleiro entrega a ele reais em espécie no Brasil e tem dólares creditados em contas no exterior.
Na “venda”, normalmente usada por empresas que necessitam de reais em espécie para corromper políticos, dá-se o contrário: o doleiro recebe dólares em suas contas no exterior e entrega ao “cliente”, no Brasil, o valor correspondente em reais.
Operações de dólar-cabo, segundo o MPF, movimentaram parte do dinheiro de propina recebida por Sérgio Cabral. Nesta denúncia, o emedebista foi acusado de receber 24 milhões de reais em propina da empreiteira Queiroz Galvão.
O dinheiro seria referente a contratos para a urbanização da favela da Rocinha, no âmbito do programa PAC das Favelas, da construção do Arco Metropolitano e da linha 4 do metrô do Rio.
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