Privatizações terão prioridade após reforma da Previdência, diz secretário
Foto: Estadão
O secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar
O secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou nesta quarta-feira, 27, que o governo está focado na reforma da Previdência e que as desestatizações serão priorizadas em seguida. Questionado durante conferência realizada pelo BTG Pactual, ele afirmou que não tem controle absoluto sobre as privatizações e destacou que a conversa tem que passar pelos ministérios setoriais ligados a cada uma das estatais. O secretário admitiu “que gostaria de vender 100% das empresas públicas, imediatamente”, mas que há dificuldades no processo de saída do governo das estatais. “Tem 500 mil pessoas que trabalham em estatais, um grupo de interesse. Não sei se é exequível (vender todas as estatais)”, afirmou. Mattar destacou que o governo tem em sua lista de privatizações a venda das estatais propriamente, subsidiárias, outros ativos das estatais e imóveis. Ainda que tenha dito que o programa de desestatizações possa “demorar um pouquinho”, o secretário também ponderou que o país perdeu o timing para vender as estatais no melhor momento para fins de abatimento de dívida. Segundo ele, se tivesse vendido o conjunto de estatais em 2010, o governo conseguiria abater 61% da dívida. Hoje, as estatais equivalem a 26% da dívida bruta. “De uma certa forma, nós do Ministério da Economia temos um assento nessas empresas. Talvez num futuro próximo a gente possa mexer nesse modelo. Mas a autoridade que determina quem será o conselho é o ministério setorial. Eu não tenho controle absoluto das desestatizações”, disse. O secretário destacou que a União tem “um dever de casa importante” ao ajudar os Estados e convencê-los a vender suas estatais também. E destacou que o governo de Minas Gerais já está trabalhando com o governo federal para a venda de seis estatais. Salim Mattar rebateu a avaliação de que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não tem se empenhado na comunicação da Reforma da Previdência. “O presidente está absolutamente envolvido com a Reforma da Previdência. O presidente está envolvido, mas sem cacarejar demais da conta”, disse. “Política não é dois e dois são quatro, tem um timing correto”. Mattar criticou o processo de concessões de aeroportos feito durante os governos comandados pelo PT no passado. “Olha a Infraero, (o governo) ficar com 49%. Tem coisa mais burra do que isso? Governo petista não entende de mercado”, disse.
Estadão Conteúdo
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