Lava Jato diz que acusação de ‘arapongagem’ é devaneio de Gilmar
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O ministro do STF, Gilmar Mendes
A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio reagiu, nesta segunda-feira, 25, às declarações do ministro Gilmar Mendes, que, em entrevista à rádio BandNews, afirma ter sido alvo de ‘arapongagem’ a pedido de procuradores da República e juízes daquele Estado. O ministro foi alvo de apuração da Receita que mira ao todo 134 agentes públicos. O procedimento atingiu a mulher do presidente do STF, Dias Toffoli, e a ministra do Superior Tribunal de Justiça Isabel Gallotti. Em reação aos procedimentos, Gilmar diz que o Fisco estava criando um banco de dossiês, com mais de 3 mil investigados. E que teria sido alvo de ‘arapongagem’ a pedido de procuradores e juízes ligados à Operação Calicute, que prendeu o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB). A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio chegou a pedir a suspeição de Gilmar para julgar casos relacionados a parte de seus investigados. Os procuradores dizem que as afirmações de Gilmar ‘são devaneios sem qualquer compromisso com a verdade’. “Os membros da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro não têm conhecimento de qualquer atuação do órgão fazendário que tenha relação, ainda que indiretamente, com o ministro Gilmar. A Receita Federal, por meio do seu Escritório de Pesquisa e Investigação (ESPEI) é importante parceira do Ministério Público Federal nas investigações realizadas, sendo sua atuação limitada ao objeto das apurações, sempre com respaldo na lei e prévia autorização judicial”, dizem. Segundo os procuradores, o auditor ‘que supostamente teria investigado o Ministro não trabalha, nunca trabalhou ou foi demandado por membros da Força-Tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro’. “A propósito, as divergências com o ministro ou qualquer outra autoridade foram sempre expressadas em manifestações formais e em procedimentos próprios, como nos dois pedidos de suspeição/impedimento que foram feitos, em razão da notória ligação de Mendes com investigados que por ele foram soltos”. “É preocupante que um ministro do Supremo Tribunal Federal se sinta perseguido. Havendo fatos ilícitos concretos devem ser objetivamente apontados, para que sejam investigados. Mas palavras ao vento e insinuações caluniosas para desqualificar o trabalho de instituições brasileiras que têm o reconhecimento da sociedade em nada contribuem para o amadurecimento da nossa democracia”, declaram. “A afirmação em público de que a Receita Federal presta serviços de ‘pistolagem’ por encomenda de procuradores e juízes demonstra que Sua Excelência continua a ofender gratuitamente a honra de magistrados e servidores porque acredita estar acima do bem e do mal, comportamento que numa República amadurecida não deve ter espaço”, conclui a força-tarefa. Leia mais no Estadão.
Estadão Conteúdo
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