Pular para o conteúdo principal

Afinado com Lula e PT para atacar a Lava Jato, Tacla Duran é suspeito de operar para PSDB

Estadão
Advogado foragido na Espanha Rodrigo Tacla Duran
Frequentemente evocado por petistas – entre eles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de sua defesa – para atacar a Operação Lava Jato, o advogado foragido na Espanha Rodrigo Tacla Duran é alvo de investigações por supostamente operar propinas para o PSDB e a cúpula do MDB, em inquéritos que miram o ex-ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e o ex-presidente Michel Temer. Denunciado criminalmente à Justiça Federal de Curitiba, ele voltou, na última semana, a ser alvo da força-tarefa na Ad Infinitum, fase 60 da Lava Jato, que levou para a cadeia o operador tucano Paulo Vieira de Souza. Tacla Duran é apontado por delatores da Odebrecht como operador da empreiteira. Ele acusa o advogado Carlos Zucolotto Jr de oferecer facilidades em um eventual acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato, em troca de ‘pagamentos por fora’. Seu nome é evocado constantemente em recursos da defesa do ex-presidente Lula e também pelo PT. Na semana passada, após a Lava Jato voltar às ruas, o advogado foi citado novamente, desta vez, como suposto operador de políticos tucanos. A fase 60, batizada de Ad Infinitum, põe o advogado no centro de um complexo esquema de lavagem de dinheiro que abastecia políticos do PSDB. Nesta etapa, a PF prendeu mais uma vez Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa, sob a suspeita de operar mais de R$ 100 milhões a tucanos. O ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira Filho foi alvo de buscas da operação. Documentos de cooperação internacional mostraram que Vieira de Souza chegou a ter a cifra de R$ 130 milhões em suas contas na Suíça. Um cartão de crédito de uma dessas contas chegou a ser emitido em nome de Aloysio Nunes, segundo os documentos obtidos pela Lava Jato. Segundo a Procuradoria, ‘ao menos nos anos de 2010 e 2011, Paulo Vieira de Souza disponibilizou valores em espécie, em território nacional, ao operador financeiro Adir Assad, que o entregava, em acordo com Fernando Migliaccio, um dos coordenadores do Setor de Operações Estruturadas (departamento de propinas da Odebrecht), a emissários ligados a Álvaro Novis, o qual, por fim, procedia à entrega do dinheiro a agentes públicos e políticos corrompidos, honrando os negócios escusos assumidos pelo Grupo Odebrecht’. “Por sua vez, no mesmo período, o Grupo Odebrecht procedeu à transmissão de valores, mediante a utilização de contas mantidas em nome de empresas offshores no exterior ligadas ao Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, a Rodrigo Tacla Duran”, dizem os procuradores. Segundo a Lava Jato, Tacla Duran ‘por sua vez, repassou o dinheiro, ainda no exterior, mediante a retenção de comissões, diretamente a Paulo Vieira de Souza, ou, por vezes, a doleiros chineses, que se encarregavam de remeter os valores, também por meio de instituições bancárias estrangeiras’. “Observa-se, portanto, que os valores em espécie angariados pelo grupo empresarial a partir da atuação do Setor de Operações Estruturadas e de operadores financeiros como Adir Assad, Rodrigo Tacla Duran e Paulo Vieira de Souza, foram posteriormente destinados a diversos agentes, públicos e políticos, em meio a ajustes de corrupção, dentre os quais se destacam funcionários públicos da Petrobrás”, escreve a Procuradoria.
Estadão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular