Projeto republicano priva 14 milhões de americanos de seguro saúde
A aprovação do decreto no Congresso reduzirá o déficit federal em aproximadamente 337 bilhões de dólares na próxima década
access_time 13 mar 2017, 21h43 - Atualizado em 13 mar 2017, 21h44
“Em 2018, mais de 14 milhões de pessoas deixarão de ter cobertura médica sob a nova legislação, se comparada com a anterior”, declarou o gabinete de análise do orçamento do Congresso (CBO) em seu relatório antecipado em relação aos impactos no orçamento a partir da reforma, conhecida como American Health Care Act.
O CBO afirmou que o número de pessoas sem cobertura do sistema de saúde irá disparar nos próximos anos, “para 21 milhões em 2020, e depois para 24 milhões em 2026”, em comparação com o número atual de segurados ainda sob o plano implementado pelo antecessor de Trump, o democrata Barack Obama.
O número de pessoas sem cobertura médica aumentaria, portanto, para 52 milhões, contra os 28 milhões existentes no sistema atual, o Obamacare.
Apesar do elevado número de americanos que perderão a cobertura do sistema de saúde, o titular da Câmara de Representantes, Paul Ryan, apresentou uma visão otimista a partir do relatório do CBO. “Eu reconheço e aprecio a preocupação quanto ao acesso dos cidadãos americanos ao sistema de saúde”, disse ele. “Sob o sistema Obamacare, percebemos como sistemas de saúde controlados pelo poder público não significam acesso ao cuidado à saúde, e agora a lei está em colapso”. “Quando as pessoas têm a opção de escolher, os preços baixam”, concluiu Ryan.
Já a oposição democrata exigiu a retirada imediata do plano: “o relatório do CBO revela até que ponto as promessas do presidente são vazias quando afirmam que todo mundo estará coberto e os custos serão reduzidos”, declarou o líder da minoria, Chuck Schumer.
O secretário de Saúde, Tom Price, denunciou que a avaliação do CBO não contempla as fases da reforma proposta pelo novo governo.
Trump tem multiplicado seus esforços para defender seu projeto e denunciar que a atual legislação é um “desastre”. “A imprensa transmite uma imagem muito positiva do Obamacare (…), mas a lei está implodindo e em 2017 será ainda pior”, declarou o presidente em debate público, afirmando que o custo dos seguros de saúde privados tem aumentado para a classe média.
Os promotores da reforma defendem que o consumidor possa escolher o seguro que mais lhe convenha no futuro sistema, o que reduziria os preços com a lei da oferta e procura.
O projeto era muito aguardado, uma vez que a reforma enfrenta a oposição da ala moderada e ultraconservadora do Partido Republicano. Devido às eleições legislativas que acontecerão no próximo ano, alguns legisladores republicanos estão preocupados por uma retirada precoce do Estado federal e pelo fato de que milhões de americanos sem condições financeiras ou de classe média possam ficar sem acesso ao sistema de saúde.
(Com AFP)
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