Entenda o impacto da eleição holandesa no populismo na Europa
O populismo sofreu um golpe significativo nas eleições holandesas realizadas nesta quarta-feira, com a vitória do partido de centro-direita do atual primeiro-ministro sobre o xenófobo Geert Wilders, mas ainda assombra a Europa. O pleito da Holanda foi apenas o primeiro dos três importantes termômetros do populismo europeu, tendo em vista as eleições francesa e alemã, que testarão a força de Marine Le Pen e do partido Alternative fur Deutschland (AfD) este ano.
Na Holanda, a ameaça de vitória de Wilders e seu Partido da Liberdade (PVV) em um dos países mais liberais do planeta atraiu os holofotes na esteira das vitórias de Donald Trump e do Brexit. Seu êxito, seguindo a onda nacionalista nos Estados Unidos e Reino Unido, poderia fortalecer o populismo nas eleições na França e na Alemanha. “O resultado considerado ruim do PVV irá enfraquecer sua influência na política holandesa, além de questionar se o populismo atingiu seu auge”, disse ao site de VEJA o cientista político holandês Cas Mudde, da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos.
A maior ameaça está na França, que terá primeiro e segundo turnos das eleições presidenciais em abril e maio. “O populismo é um risco maior em um país sem crescimento econômico, com desemprego elevado e com histórico de ataques terroristas”, explica Marcus Vinicius Freitas, professor visitante da Escola de Governo da Universidade de Oxford, na Inglaterra. “Apesar das críticas pela política migratória na Alemanha, a economia estável favorece a chanceler alemã Angela Merkel.”
Entretanto, o resultado parcial nas urnas mostra o PVV de Wilders bem atrás do atual primeiro-ministro, Mark Rutte, do Partido da Liberdade e Democracia (VVD), de centro-direita, que ganhou força nos últimos dias com a posição firme adotada pelo governo holandês frente à Turquia em um incidente que rendeu ofensas e escalada nas tensões entre os dois países – na semana passada, Rutte proibiu que ministros turcos desembarcassem na Holanda para participar de comícios sobre o plebiscito que poderá aumentar os poderes ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Embora tenha assustado os holandeses e provocado um comparecimento maciço às urnas, a possibilidade de ter Wilders à frente do governo, não passou de um receio distante. A não ser que tivesse uma vitória esmagadora, o PVV não teria chances de formar uma coalizão e governar o país, uma vez que todas as outras legendas anteciparam que não se aliariam ao partido de Wilders – na Holanda, o partido que vence as eleições precisa obter a rara maioria de 76 cadeiras no Parlamento, composto por 150 membros, ou formar uma coalizão para escolher o primeiro-ministro do país.
O resultado parcial nas urnas mostra o PVV de Wilders em segundo lugar, atrás do partido do atual primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte
access_time 15 mar 2017, 21h23 - Atualizado em 15 mar 2017, 21h36
Na Holanda, a ameaça de vitória de Wilders e seu Partido da Liberdade (PVV) em um dos países mais liberais do planeta atraiu os holofotes na esteira das vitórias de Donald Trump e do Brexit. Seu êxito, seguindo a onda nacionalista nos Estados Unidos e Reino Unido, poderia fortalecer o populismo nas eleições na França e na Alemanha. “O resultado considerado ruim do PVV irá enfraquecer sua influência na política holandesa, além de questionar se o populismo atingiu seu auge”, disse ao site de VEJA o cientista político holandês Cas Mudde, da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos.
A maior ameaça está na França, que terá primeiro e segundo turnos das eleições presidenciais em abril e maio. “O populismo é um risco maior em um país sem crescimento econômico, com desemprego elevado e com histórico de ataques terroristas”, explica Marcus Vinicius Freitas, professor visitante da Escola de Governo da Universidade de Oxford, na Inglaterra. “Apesar das críticas pela política migratória na Alemanha, a economia estável favorece a chanceler alemã Angela Merkel.”
Holanda
Wilders chegou a liderar as pesquisas. Com discurso inspirado na política defendida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Wilders, que até no chamativo topete imita o presidente americano, ganhou espaço criticando imigrantes, o islamismo e a União Europeia e defendendo a expansão do direito ao porte de armas de fogo.Entretanto, o resultado parcial nas urnas mostra o PVV de Wilders bem atrás do atual primeiro-ministro, Mark Rutte, do Partido da Liberdade e Democracia (VVD), de centro-direita, que ganhou força nos últimos dias com a posição firme adotada pelo governo holandês frente à Turquia em um incidente que rendeu ofensas e escalada nas tensões entre os dois países – na semana passada, Rutte proibiu que ministros turcos desembarcassem na Holanda para participar de comícios sobre o plebiscito que poderá aumentar os poderes ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Embora tenha assustado os holandeses e provocado um comparecimento maciço às urnas, a possibilidade de ter Wilders à frente do governo, não passou de um receio distante. A não ser que tivesse uma vitória esmagadora, o PVV não teria chances de formar uma coalizão e governar o país, uma vez que todas as outras legendas anteciparam que não se aliariam ao partido de Wilders – na Holanda, o partido que vence as eleições precisa obter a rara maioria de 76 cadeiras no Parlamento, composto por 150 membros, ou formar uma coalizão para escolher o primeiro-ministro do país.
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