Na edição desta semana, VEJA publicou a reportagem “Saiu dinheiro até para as Farc”, em que relata que a empresa Odebrecht pagou por vinte anos um “pedágio” mensal aos narcoguerrilheiros colombianos para tocar obras em áreas dominadas por eles. No sábado, a empreiteira divulgou a primeira versão de uma nota dizendo que “desmente com veemência a afirmação” dos pagamentos mensais, afirma que “a informação não é verídica” e completa acrescentando que “as obras mencionadas pelas matéria sequer se situam na área de atuação do grupo guerrilheiro citado”:
“A Odebrecht desmente com veemência a afirmação de reportagem de Veja de que a empresa teria feito pagamentos a grupo guerrilheiro na Colômbia, supostamente para obter “permissão” à realização de obras em territórios onde atua este grupo. A informação não é verídica e coloca em risco a segurança de centenas de trabalhadores da empresa que atuam na Colômbia. As obras mencionadas como exemplo pela matéria (rodovia Rota do Sol e projeto de navegabilidade do Rio Magdalena) sequer se situam na área de atuação do grupo guerrilheiro citado.”
No domingo, confrontada com as evidências apresentadas por VEJA, a empreiteira reformulou a nota e distribuiu uma segunda versão, conforme se lê abaixo:
“A Odebrecht informa que não fez pagamentos a grupo guerrilheiro na Colômbia para obter “permissão” à realização de obras em territórios onde atua este grupo. A empresa lamenta a publicação de informações que não correspondem ao que a empresa vive na Colombia e coloca em risco centenas de seus trabalhadores que atuam naquele país.”
Em respeito aos seus leitores, VEJA informa que mantém as informações publicadas na reportagem “Saiu dinheiro até para as Farc”, na qual informa que a empreiteira fez pagamentos mensais de até 100.000 dólares ao grupo terrorista sob a rubrica “custo operacional” e “tributo territorial”. VEJA reafirma que as áreas em que a Odebrecht mantém as obras citadas na reportagem registram a atuação das Farc e acrescenta que, nas últimas duas décadas, elas foram palco de 123 mortes em conflito e 144 atentados perpetrados pelos narcoguerrilheiros, segundo dados do Centro Nacional de Memória Histórica da Colômbia.
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