Itaipu bate recorde mundial de geração de energia
Usina é a primeira hidrelétrica do mundo a gerar 100 milhões de megawatts-hora em menos de um ano
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No último sábado, Itaipu já havia quebrado o recorde mundial de geração de energia elétrica ao ultrapassar os 98,8 milhões de MWh produzidos pela Usina Três Gargantas, na China, em 2014. Com o resultado, a empresa binacional reassumiu a liderança no setor.
Uma combinação de fatores contribuiu para o bom desempenho, de acordo com a empresa: a afluência regular do rio Paraná, a alta demanda de eletricidade no Brasil e no Paraguai, a otimização do uso dos recursos naturais e a elevada performance dos equipamentos.
Segundo o diretor técnico executivo de Itaipu, Airton Dipp, a usina deve fechar o ano com produção acima dos 102 milhões de MWh. “Repetir essa marca é possível, mas superar os 102 milhões de MWh é muito difícil, porque temos uma limitação que são os 14 mil megawatts instalados de potência. Eles limitam a produção a uma faixa nesse nível”, disse.
Bandeira tarifária
“O aumento de geração de Itaipu – e também da maioria das hidrelétricas brasileiras, beneficiadas pela regularização das chuvas no país este ano – contribui para diminuir os gastos do consumidor brasileiro com a eletricidade”, disse, em nota, o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek. Segundo ele, esse é um dos principais impactos positivos gerados pelo crescimento da hidroeletricidade este ano no Brasil.A bandeira tarifária será verde em dezembro. No mês passado, ela foi amarela. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o que determinou a volta da bandeira para o patamar verde foi a condição hidrológica mais favorável, que subiu o nível dos reservatórios de hidrelétricas e permitiu o desligamento das usinas termelétricas, mais caras.
Desde que foi implementado o sistema de bandeiras tarifárias, em janeiro de 2015, até fevereiro deste ano, a bandeira se manteve vermelha, primeiramente com cobrança de 4,50 reais a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos e, depois, com a bandeira vermelha patamar 1, que significa acréscimo de 3 reais a cada 100 kWh. Em março, passou para amarela, com custo extra de 1,50 reais a cada 100 kWh, e de abril a outubro ficou verde, sem cobrança extra. No mês passado, a bandeira passou para a cor amarela novamente.
Na semana passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sinalizou que a bandeira verde vai vigorar durante todo o verão.
Itaipu e Três Gargantas
Segundo projeções de Itaipu, neste ano, Três Gargantas, que fechou novembro com a geração em torno de 83 milhões de MWh, deve ter uma produção total de 90 milhões de MWh.Com 22,4 mil megawatts (MW) de potência instalada – a de Itaipu é de 14 mil MW -, a usina chinesa começou a operar a plena carga em 2012. No entanto, embora com capacidade instalada de equipamentos superior, Três Gargantas só conseguiu produzir mais do que Itaipu em 2014, quando o Brasil enfrentava grande seca e a geração hídrica foi prejudicada.
Desde a entrada em operação, em maio de 1984, Itaipu já gerou 2,4 bilhões de MWh, o que representa a maior produção de energia acumulada do mundo. Essa energia seria suficiente para suprir o consumo de todo o planeta por 40 dias.
Itaipu responde por 18% de toda a energia elétrica consumida no Brasil e atende a 82% do consumo paraguaio de eletricidade. A usina gera 2,7 mil empregos diretos: 1.400 no Paraguai e 1.300 no Brasil. Para construí-la, foram necessários 27 bilhões de dólares, captados em órgãos nacionais e internacionais, incluindo as rolagens financeiras. Atualmente, a dívida é 10 bilhões de dólares. Cerca de 60% dos custos anuais têm como destino o pagamento dessa dívida. O pagamento total da dívida ocorrerá no primeiro trimestre de 2023, segundo a empresa.
A construção da usina é resultado de intensas negociações entre o Brasil e o Paraguai, iniciadas ainda na década de 1960. Em 26 de abril de 1973, foi assinado o Tratado de Itaipu, instrumento legal para o aproveitamento do potencial hidráulico do rio Paraná. Em maio de 1974, foi criada a empresa Itaipu Binacional, para construir e gerenciar a usina.
(Com Agência Brasil)
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