Pular para o conteúdo principal

 

Lula10 de setembro de 2020 | 10:22

Após Lula se colocar ‘à disposição’, PT lança plano de reconstrução nacional em oposição a Bolsonaro

BRASIL

Depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se colocar “à disposição” para enfrentar o governo Jair Bolsonaro, o PT vai lançar nos próximos dias um “programa de reconstrução nacional”. Segundo lideranças do partido, os dois passos fazem parte do mesmo movimento para recolocar o PT no papel de oposição natural a Bolsonaro.

A próxima etapa, afirmam lideranças petistas, é aproveitar o horário de TV dos candidatos do PT às eleições municipais de novembro como espaço para Lula amplificar suas críticas ao governo federal. Por ordem do ex-presidente, o PT terá um número recorde de candidatos nas cidades com segundo turno – 85 em um total de 95 municípios.

O programa elaborado pela Fundação Perseu Abramo sob a coordenação do ex-ministro Aloizio Mercadante, “diverge frontalmente”, segundo o PT, “dos caminhos trilhados pelo governo Bolsonaro em temas relacionados à economia e à democracia, além de sugerir políticas públicas em áreas que vão de meio ambiente, saúde, educação e cultura”. No texto em que anuncia o programa, o partido usa a expressão “oposição propositiva”.

Embora tenha a assinatura do PT, afirma o partido, o programa contempla sugestões de outras siglas de oposição, como PDT, PSOL, Rede, PSB e PCdoB. O mote do programa, colocado por Lula em pronunciamento no dia 7, é “Vamos juntos reconstruir o Brasil”.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o texto será apresentado para debate com as demais forças de oposição. “O plano é a contribuição que o PT vai dar para o debate da esquerda e oposição ao Bolsonaro para essa reconstrução”, disse ela.

Gleisi negou que o objetivo tanto do pronunciamento de Lula quanto do plano seja eleitoral. “Não é um programa de governo”, disse ela.

O ex-presidente já está gravando vídeos para os candidatos petistas. Ele pretende falar das cidades, mas levando o assunto para a esfera federal, lembrando realizações dos governos petistas e fazendo críticas a Bolsonaro.

“Ele não vai se furtar de fazer críticas, denúncias. Quando se colocou à disposição do povo brasileiro foi também para isso”, afirmou Gleisi.

No 7 de Setembro, Lula fez um pronunciamento em suas redes sociais no qual faz duras críticas à forma como Bolsonaro vem conduzindo o País no enfrentamento à pandemia e à política econômica do governo. Ao final, o ex-presidente se colocou “à disposição do povo brasileiro” para enfrentar a situação.

A frase foi interpretada como sinal de que Lula quer mais uma vez ser candidato à Presidência em 2022, se for liberado pela Justiça. Em 2018, o ex-presidente foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado em dois processos em órgão colegiado (o Tribunal Regional federal da 4ª Região, TRF-4).

Preso em abril de 2018, para cumprimento provisório de sua pena no caso triplex do Guarujá por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de desvios na Petrobrás, o ex-presidente foi solto em novembro do ano passado.

Petistas apostam em uma reversão dessas penas no julgamento pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) da ação que pede a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.

Até agora, dois integrantes da Segunda Turma votaram contra a suspeição e dois indicaram que vão votar a favor. O voto de minerva será do decano do STF, ministro Celso de Mello, que deve se manifestar antes de se aposentar, em novembro. Nesta semana petistas reativaram a campanha Lula Livre, agora com o mote “anula STF”, numa tentativa de pressionar o tribunal.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular