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 Folhapress

23 de setembro de 2020 | 06:40

Paella de senadores inclui troca de abraços e união de mesas em meio à pandemia da Covid

BRASIL

O vice-líder do governo no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF), recebeu um grupo de senadores na noite desta terça-feira (22) para um jantar de confraternização. O evento se deu em meio à pandemia da Covid-19.

Até a tarde desta terça havia a confirmação de 50 convidados. Uma paella foi servida. Por volta das 21h30, no entanto, havia cerca de 20 pessoas, entre congressistas e acompanhantes. O jantar estava marcado para as 20h.

Logo que chegaram os senadores aproximaram as cadeiras e uniram as mesas, que estavam colocadas de acordo com as regras de distanciamento. Teve senador que tirou a máscara do rosto próximo dos colegas. Houve até abraços.

O evento, realizado no salão de um clube de Brasília, estava marcado para iniciar às 20h. No horário, porém, a sessão no plenário da Casa ainda não havia terminado, o que ocorreu 15 minutos depois.

Esta é a primeira semana em que os congressistas estão em Brasília desde o início das sessões remotas por causa da Covid-19. Após seis meses, senadores voltaram à capital federal para atividades presenciais.

Como medida de segurança, eles estrearam um sistema drive-thru de votação. De dentro dos carros, senadores evitaram aglomerações em uma comissão. No salão onde ocorria o jantar, contudo, o distanciamento não foi seguido.

O primeiro a chegar ao local, por volta das 20h05, foi o vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSD-MG). Logo na sequência, Marcos do Val (Podemos-ES) também entrou no salão.

Eles abriram o espaço, que ainda não tinha nem a presença do anfitrião. Lucas chegou ao evento com meia hora de atraso. Logo depois foi a vez do senador Jean Paul Prates (PT-RN).

Alguns minutos antes, Lucas havia afirmado à reportagem que o jantar nem deveria acontecer porque parte dos convidados ficou com receio de comparecer depois que a Folha publicou reportagem sobre o evento.

“Acho que vocês [Folha] conseguiram derrubar meu jantar. Acho que ninguém vai ir”, disse.

A maior parte dos convidados foi para o jantar no carro oficial do Senado. Foi o caso do senador Ciro Nogueira (PP-PI). Ele é um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A lista de confirmações para o jantar começou a ser elaborada na noite desta segunda-feira (21). A ideia inicial de Lucas era reunir alguns parlamentares na sua casa, em Brasília, para servir uma paella, prato típico da culinária espanhola.

Ele é conhecido por convidar os colegas para frequentar sua residência. Lá, costumava, antes da pandemia, realizar almoços, jantares e até jogos de futebol entre os colegas.

O prato típico espanhol foi tão atrativo que a confraternização cresceu e precisou mudar de endereço. Na manhã desta terça, Lucas reservou o salão de um clube para o evento desta noite.

A ideia era dar mais espaço aos convidados. Um músico tocou violão. “É mais perigoso no plenário apertado do que no jantar com todo aquele espaço no salão”, disse o senador, pouco antes do evento.

Entre as bebidas, Lucas providenciou vinhos, refrigerantes e água. Ele não soube dizer o custo da confraternização. Quatro garçons foram escalados para trabalhar no jantar.

A Folha já mostrou que, embora a pandemia não tenha terminado nem exista vacina para a Covid-19, autoridades retomaram festas e cerimônias em Brasília. No país, são mais de 4,5 milhões de casos e 137 mil mortes em decorrência do novo coronavírus.

Há duas semanas, a posse de Luiz Fux na presidência do STF (Supremo Tribunal Federal) resultou em pelo menos oito autoridades com resultado positivo para a Covid-19, inclusive o próprio Fux.

A cerimônia no último dia 10 foi presencial, no plenário da corte. Em seguida, houve um coquetel para os convidados.

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