Pular para o conteúdo principal

 

Jair Bolsonaro16 de setembro de 2020 | 08:46

Em discurso na ONU, Bolsonaro deve dizer que críticas a queimadas são equivocadas

BRASIL

No discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende dizer que​ são equivocadas as críticas de estrangeiros sobre queimadas no país.

No vídeo, que será enviado até a sexta-feira (18), o presidente deverá afirmar que há exagero na imagem negativa criada no exterior sobre a política ambiental brasileira.

Bolsonaro vai ainda citar dados oficiais que demonstram, segundo ele, que houve um recuo nos focos de calor no país. Hoje, o Brasil vê registros de incêndios na Amazônia e no Pantanal.

Segundo auxiliares palacianos, o discurso foi escrito nesta terça-feira (15). O presidente consultou os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).

Por causa da pandemia da Covid-19, os discursos dos líderes mundiais serão gravados, para evitar aglomerações na sede da ONU, em Nova York. Por tradição, o chefe de Estado brasileiro é o primeiro a discursar.

Na sua fala, Bolsonaro também deverá reforçar o respeito à soberania dos países que formam a região amazônica. Vai dizer que o Brasil atua para diminuir focos de queimadas e promover o desenvolvimento econômico de populações locais.

Um dos dados que deverá ser citado, de acordo com assessores do presidente, é o de que, no fim de agosto, foram registrados na floresta amazônica 5.000 focos de calor a menos do que no mesmo período do ano passado.

​Nesta terça, no entanto, dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostraram que, nos primeiros 14 dias de setembro, já houve mais queimadas na floresta amazônica do que em todo o mês de setembro de 2019.

No Pantanal, sem perspectiva de trégua, o incêndio deste ano já consumiu ao menos 2,3 milhões de hectares ou 16% de sua área. É a maior destruição desde o início da série histórica iniciada em 1999.

Recentemente, Hamilton Mourão, vice-presidente e chefe do Conselho da Amazônia, e o ministro Salles compartilharam um vídeo que afirmava que a Amazônia não estava queimando. Posteriormente, o vídeo, que contava, em seu final, com o logo de uma associação pecuária do Pará, foi tirado do ar pelo Twitter por violar direitos autorais.

O ambiente não será o único tema abordado pelo presidente no discurso. A pandemia da Covid-19 será citada pelo presidente, que pretende criticar políticas de isolamento total que prejudicaram a atividade econômica do mundo.

Segundo auxiliares palacianos, Bolsonaro tem a intenção de lembrar que, desde o início da crise sanitária, defendeu um isolamento vertical, que incluísse apenas os grupos de risco. Segundo ele, essa medida poderia ter diminuído o impacto da diminuição da produção econômica.

O presidente ainda não definiu se citará no discurso a hidroxicloroquina, medicamento defendido por ele no combate à doença. O remédio, porém, não tem comprovação científica de eficácia contra o novo coronavírus.

Ele deverá incluir na fala ainda uma referência ao auxílio emergencial. Segundo ele, a iniciativa impediu que mais brasileiros sofressem com os efeitos colaterais da pandemia da doença.

O auxílio emergencial foi criado em abril. Foram pagas até agosto cinco parcelas de R$ 600. Mais de 60 milhões de pessoas foram beneficiadas. O programa foi estendido até dezembro, em mais quatro parcelas de R$ 300.

O presidente brasileiro também deverá abordar, segundo assessores palacianos, a defesa das reformas administrativa e tributária e o esforço de seu governo em diminuir o tamanho da máquina pública.

Como no ano passado, ele pretende dizer que, diferentemente de gestões passadas, não há escândalos de corrupção em sua administração.

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, porém, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais, no ano passado, sob acusação de envolvimento no esquema de candidaturas de laranjas do PSL, caso revelado pela Folha.

O filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), também é investigado por denúncias de irregularidades da época em que era deputado estadual pelo Rio de Janeiro. Ele é alvo do caso das rachadinhas.

O ex-assessor de Flávio e amigo do presidente, o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, foi preso em junho na casa do advogado de Bolsonaro, em Atibaia (SP), Frederick Wassef. Agora, ele e a mulher, Márcia Aguiar, cumprem prisão preventiva em casa.

A quebra de sigilo do ex-assessor mostrou que ele e Márcia fizeram depósitos na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que somam R$ 89 mil. Questionado, Bolsonaro até o momento não deu explicações sobre o dinheiro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p