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Presidente Jair Bolsonaro23 de julho de 2020 | 08:31

A eleição que deve balançar Bolsonaro e sua turma, por Raul Monteiro*

EXCLUSIVAS
Submissão dá nisso. Serão as eleições norte-americanas e não as municipais, que ocorrerão no mesmo mês de novembro, as mais importantes e decisivas para o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Com certeza, se, como apontam os prognósticos mais coerentes, o histriônico presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não conseguir se reeleger, o mandatário brasileiro terá que se virar como pode para sair do ‘great trouble’ em que se envolveu e o país ao, perigosa e irresponsavelmente, submeter a política externa nacional aos caminhos erráticos que Washington passou a trilhar.
Quem, efetivamente, Bolsonaro copiará, repetindo o ritual de sempre bater continência, junto com seu chanceler, seu filho que assegura ter aprendido inglês fritando hambúrgueres nos Estados Unidos e um assessor que dita a política externa do país pelo Twitter se o povo norte-americano, como se espera, der um basta a um presidente que, conforme já se imaginava, comprovou não ter a menor condição de liderar seu grande país na crise da pandemia e dos protestos que se seguiram ao assassinato de um trabalhador negro por um policial? O provável vitorioso, o democrata Joe Biden, é que não é.
O mais provável é que, sem condições de se redimir das atitudes que tomou baseado numa ideologia fajuta ditada por um astrólogo, o presidente e seus seguidores mais próximos rodopiem desnorteados, acusando o golpe da própria incompetência e inabilidade, enquanto o mundo busca assumir seu curso normal em meio à pandemia, reconstruindo relações comerciais que colocam, como deveria ser, os interesses dos negociadores abaixo dos de seus países. Dizer que Bolsonaro poderá apelar, neste momento, à sapiência do ‘Chicago boy’ Paulo Guedes, o super-ministro do Nada, com certeza, é apostar no vazio.
Depois de um ano e meio de governo, o tal posto Ipiranga – lá para o presidente da República, que fique claro -, acaba de apresentar ao Congresso um arremedo de reforma tributária, uma das iniciativas mais esperadas e importantes para o país se modernizar, ainda por cima fatiada em quatro pedaços, dos quais três ninguém sabe quando chegarão nem no que consistirão, causando mais balbúrdia do que orientação à base do governo, e cuja linha mestra, como já foi possível perceber, é preservar as instituições financeiras da tunga geral.
Só, de fato, uma elite econômica desilustrada e oportunista como a nacional para achar mesmo que Guedes poderá ainda tirar da cartola, a qualquer momento, depois de 18 meses de governo, qualquer ideia apreciável que possa melhorar a situação econômica do país, piorada pela pandemia. O ministro é um mestre de obras prontas que coloca o presidente no bolso com um palavreado supostamente erudito e demonstrações de saber que não resistem a um sopro, como ficou claro na fatídica reunião ministerial. Mais sensato esperar que saia, como aconteceu com a reforma da Previdência, uma solução do Congresso, o mesmo que os bolsonaristas, confirmando sua ignorância, autoritarismo e falsa superioridade moral, acham que é melhor fechar.
* Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

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