Se Aliança der errado, terei opção para 2022 bem diferente de 2018, diz Bolsonaro
BRASIL
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (19) que, se a criação do partido Aliança pelo Brasil não der certo para 2022, ele já pensa em uma alternativa.
Apesar de dizer que teria saída, Bolsonaro não detalhou o que pretende fazer caso seu novo partido não seja formalizado até a eleição presidencial que será realizada daqui a dois anos.
“Estamos nos preparando para 2022, fiquem tranquilos que o partido irá sair. Lógico que sempre temos uma alternativa se der errado, mas será bem diferente de 2018. Pode acreditar na democracia, nós vamos mudar o Brasil com as armas da democracia”, afirmou.
A declaração foi dada a apoiadores na frente do Palácio Alvorada.
A Aliança pelo Brasil foi lançada em novembro de 2019, com a presença de Bolsonaro, após o rompimento do presidente com a sigla que o elegeu, o PSL —o oitavo partido em sua carreira política.
Desde então, a Aliança acumulou metas não cumpridas e reveses na Justiça que acabaram sendo agravados pela pandemia do novo coronavírus.
Até o dia 9 deste mês, apenas 15.721 das 492 mil assinaturas de apoio exigidas pela legislação haviam sido validadas pela Justiça Eleitoral, 3,2% do mínimo necessário.
A lei estabelece que a validação das assinaturas expira em dois anos, ou seja, a sigla tem de reuni-las até o início de dezembro de 2021 caso não queira perder, progressivamente, as já acumuladas.
O presidente, antes da declaração, tirou do bolso uma caixa de hidroxicloroquina, remédio que ele diz estar tomando para combater os sintomas da Covid-19. Bolsonaro, que está afastado Palácio do Planalto desde que contraiu coronavírus, agitou a embalagem, enquanto os simpatizantes aplaudiam e gritavam.
Nem a hidroxicloroquina nem o vermífugo Annita (nome comercial da nitazoxanida), outro remédio que ele afirma estar usando, têm eficácia comprovada no tratamento da doença.
Fernando Haddad, candidato a presidente pelo PT derrotado em 2018, ironizou Bolsonaro em uma rede social, depois da afirmação dele de que está fazendo uso do remédio contra vermes. “Bolsonaro diz que está tomando vermífugo. Isso pode matá-lo”, afirmou o petista no Twitter.
O encontro do presidente com apoiadores durou cerca de 30 minutos. Eles fizeram orações, rezaram um Pai-Nosso e ainda cantaram o Hino Nacional.
Os bolsonaristas aproveitaram a presença do mandatário no gramado do Alvorada para jogar objetos para o presidente, como bonés e caneta. Um espelho d’água separava público e presidente.
Não houve distanciamento social entre os apoiadores, como recomendam as autoridades sanitárias para evitar a disseminação do novo coronavírus. Alguns tiraram a máscara para falar com o presidente, que estava mais distante.
Dezenas de apoiadores do Bolsonaro já tinham se reunido em uma manifestação pró-governo na manhã deste domingo. O público criticou STF (Supremo Tribunal Federal), Congresso e governadores.
No encontro, Bolsonaro disse ainda que o Brasil está mudando, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Ele aproveitou para elogiar os ministros, destacando o nome do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.
“O Brasil está mudando, demos azar como essa pandemia, mas vamos sair dessa. Temos um excelente time de ministros, a começar pelo da Saúde, está dando certo”, afirmou.
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