Premiê britânico diz que não pode garantir que haverá vacina contra o coronavírus até fim do ano
'Não estamos lá ainda', afirmou Boris Johnson. Mais de 160 vacinas estão sendo testadas contra o novo coronavírus, o Sars-Cov-2.
Por G1
Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, visita escola em West Malling, na Inglaterra, nesta segunda-feira (20) — Foto: Jeremy Selwyn / AP
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse nesta segunda-feira (20) que não pode prometer que haverá uma vacina bem-sucedida contra a Covid-19 desenvolvida até o final deste ano, de acordo com a Reuters.
"Para afirmar que estou 100% confiante que teremos uma vacina, neste ano ou de fato ano que vem, é, infelizmente, simplesmente um exagero. Não estamos lá ainda", disse Johnson.
A declaração é dada após o Reino Unido anunciar mais dois acordos para a compra de 90 milhões de doses de duas vacinas contra a Covid-19. (Leia mais abaixo)
Corrida em busca da vacina
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou em meados de julho que há 163 vacinas sendo testadas contra o novo coronavírus, o Sars-Cov-2, sendo que 23 delas estão na fase clínica, que é o teste em humanos.
Embora os estudos avancem em todo o planeta, o prazo de 12 a 18 meses para liberação é considerado um recorde. A vacina mais rápida já criada, a da caxumba, levou pelo menos quatro anos para ficar pronta.
A revista "The Lancet" informou que irá publicar ainda nesta segunda-feira (20) os resultados iniciais dos testes clínicos da fase 1 da vacina desenvolvida pela Oxford e pela AstraZeneca, que é considerada pela OMS a mais adiantada no mundo. O projeto já iniciou a fase 3 dos testes em humanos para avaliar como a vacina funciona em 50 mil pessoas, 10% delas no Brasil: 2 mil em São Paulo, 2 mil na Bahia e outras 1 mil no Rio de Janeiro.
A vacina britânica poderá ter o registro liberado em junho de 2021, de acordo com Soraia Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que conduz os testes em São Paulo.
Essa vacina é produzida a partir de um vírus (ChAdOx1), que é uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés. A esse imunizante foi adicionado material genético usado para produzir a proteína Spike do Sars-Cov-2 (que ele usa para invadir as células), induzindo a criação de anticorpos.
Acordo britânico para comprar vacinas
O Reino Unido fechou acordos que preveem a compra de 90 milhões de doses de vacinas de dois laboratórios: 30 milhões de doses da que está sendo desenvolvida pela aliança entre a empresa de biotecnologia alemã BioNtech e o laboratório americano Pfizer e outras 60 milhões de doses (com opção de mais 40 milhões) com o laboratório francês Valneva.
Esses dois acordos complementam o assinado há algumas semanas com o grupo britânico AstraZeneca para a compra de 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford.
O número de vacinas encomendadas excede em muito a população britânica, que é por volta de 66 milhões de pessoas.
No momento, porém, não se sabe se as vacinas serão eficazes, nem quantas doses serão necessárias para que elas tenham efeito em uma pessoa.
Muito criticado por sua gestão da crise da pandemia, que deixou mais de 45 mil mortes no Reino Unido, o governo britânico anunciou, em abril, a criação de uma "força-tarefa" para acelerar os esforços de produção de uma vacina.
Ele abriu um registro de voluntários para participarem dos testes de vacinas, na esperança de conseguir 500 mil potenciais participantes até outubro.
Além disso, o governo assinou um acordo com a AstraZeneca para desenvolver um tratamento com anticorpos para pessoas que não podem ser vacinadas contra a Covid-19 devido a outras doenças.
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