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Jaques Wagner é visto como a solução para problemas políticos com os os quais o governador Rui Costa não consegue lidar17 de julho de 2020 | 11:24

Embate de Nilo com Rui pode acelerar indicação de Wagner à Serin em meio à irritação da base com uso de emendas

EXCLUSIVAS
Assessores próximos ao governador Rui Costa (PT) passaram a defender que ele resolva logo a vacância na secretaria de Relações Institucionais, acelerando o processo de indicação do senador Jaques Wagner (PT) para o cargo.
A sugestão surgiu depois de declarações dadas pelo deputado federal Marcelo Nilo (PT), coordenador da bancada federal na Câmara, que fez um duro ataque à falta de articulação política do governo esta semana.
No governo, as declarações do parlamentar foram sentidas como um golpe, principalmente porque ele fez questão de falar frisando sua condição de coordenador dos parlamentares federais baianos.
Para assessores do governador, a despeito de ter uma relação instável com Rui desde o princípio do governo, Nilo pode ter falado realmente em nome da base, principalmente quando se referiu à balbúrdia política no interior.
Segundo o deputado, por falta de uma coordenação do governo para a sucessão municipal, momento em que as disputas políticas se acirram, a base estaria vivendo um verdadeiro “salve-se quem puder” no interior.
Há notícias, aliás, de que pelo menos 15 parlamentares que integram o grupo teriam rapidamente se solidarizado com Nilo, numa prova de que ele vocalizou o que a maioria pensa na bancada federal.
Apesar de não comentar a possibilidade de assumir a Serin, Wagner já vem há algum tempo suprindo as falhas na articulação do governo pensando no projeto de concorrer de novo a governador, em 2022.
Mas, sem posição clara nem empoderamento, a tarefa do senador fica pela metade, dizem parlamentares da base. Na base da irritação dos deputados com o governador, estão os acordos recentes sobre o destino das emendas parlamentares.
Preocupado em levantar recursos para enfrentar a pandemia do novo coronavírus, Rui aconselhou os aliados a dirigir os recursos para a Saúde em troca de compensações praticamente individualizadas.
O problema é que a maioria das contrapartidas não saíram e, ainda por cima, o governador não atende nem dá a menor satisfação aos políticos. “Realmente, do jeito que está, não dá para continuar”, diz um deputado da base.
Ele confirma que Nilo expressou o pensamento da maioria, mas diz que, como os demais, não vai publicizar seu descontentamento porque teme retaliação da parte do governador. “Estamos no meio de uma eleição, sabe como é”, afirma.
O deputado também concorda com a tese de que, com esse comportamento, o governador está espanando a base, criando dificuldades para que o PT consiga liderar a sucessão e permanecer no governo, mesmo se o candidato à sucessão estadual for Wagner.

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