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Jair Bolsonaro

Bolsonaro é antepenúltimo em ranking de tuítes de presidentes sobre coronavírus

BRASIL
O presidente Jair Bolsonaro tem afirmado que há histeria na preocupação com o novo coronavírus. É uma posição que não conta com o respaldo dos especialistas, tampouco de seus colegas líderes de outros países.
Entre 24 presidentes e primeiros-ministros do G-20 (as maiores economias mundiais) e de nações da América do Sul, Bolsonaro é o terceiro que menos tuitou sobre o vírus desde fevereiro. Foram considerados todos os posts de 1º/2 a 17/3.
O Twitter é uma das principais ferramentas de comunicação do presidente brasileiro e de outros líderes nacionais, como o americano Donald Trump.
Deram menos atenção à crise somente os presidentes do Uruguai (apenas 6 casos confirmados da doença) e da Turquia (47 casos), considerando a proporção de seus posts sobre o vírus. O Brasil possuía 291 casos até a tarde desta terça (17), na contabilização do Ministério da Saúde.
Em quase 45 dias, Bolsonaro tuitou 14 vezes sobre coronavírus ou saúde, o que representa 5% das suas postagens. Ele deu muito mais atenção, por exemplo, às manifestações em seu apoio e contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
Apenas no último domingo (15), Bolsonaro tuitou 36 vezes sobre os atos.
Entre os campeões no número de tuítes sobre a doença estão os antagonistas Nicolás Maduro (184 posts), da Venezuela, e Trump (149).
Em termos proporcionais, os líderes são Martín Vizcarra (peruano, com 73% dos seus posts) e Lenín Moreno (equatoriano, com 48%). Peru e Equador tiveram 86 e 58 casos confirmados, respectivamente.
O presidente chileno Sebastián Piñera também tuitou mais que o colega brasileiro (21 posts). Seu país é outro que tem bem menos infectados que o Brasil, com 156 confirmações.
Além da quantidade menor de mensagens sobre a crise, chama a atenção também a diferença no teor dos tuítes de Bolsonaro.
Suas mensagens priorizaram medidas adotadas pelo governo, como antecipação do 13º para aposentados e aplicativo criado pelo Ministério da Saúde.
Outros presidentes têm misturado esses anúncios com mensagens de alerta para a população. Piñera, por exemplo, afirmou que o vírus “é a maior ameaça à saúde do mundo deste século”.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que “se você tem sintomas, é importante ficar em casa por sete dias, para proteger seus amigos e vizinhos”.
Conservadores, o inglês e o chileno são alinhados politicamente com Bolsonaro, mas têm tratado a pandemia de forma diferente da do brasileiro.
O presidente brasileiro reiteradamente diminui a importância da crise mundial sobre o vírus. Na manifestação de domingo, ele teve contato físico com apoiadores, o que não é recomendado pelo próprio Ministério da Saúde.
Nesta terça-feira (17), ele afirmou que iria fazer festa de aniversário no fim de semana, também descumprindo recomendação do ministério e de especialistas, de evitar reuniões.
“Eu faço 65 [anos] daqui a quatro dias”, disse, em entrevista à rádio Super Tupi. O apresentador do programa em seguida lhe perguntou: “Vai ter bolo, presidente?”
Bolsonaro respondeu: “Vai ter uma festinha tradicional aqui. Até porque eu faço aniversário dia 21 e minha esposa dia 22. São dois dias de festa aqui.”
O presidente disse ainda que medidas adotadas por governadores para conter o Covid-19 vão prejudicar muito a economia.
“Esse vírus trouxe uma certa histeria. Tem alguns governadores, no meu entender, posso até estar errado, que estão tomando medidas que vão prejudicar e muito a nossa economia”, declarou.
“A vida continua, não tem que ter histeria. Não é porque tem uma aglomeração de pessoas aqui e acolá esporadicamente [que] tem que ser atacado exatamente isso. [É] tirar a histeria. Agora, o que acontece? Prejudica”, acrescentou.

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