BRASÍLIA - Apesar de correr contra o tempo para tentar aprovar a reforma da Previdência em dezembro, mas ciente de que não tem os votos, o presidente Michel Temer decidiu esperar até a tarde de quinta-feira para fazer uma recontagem de apoio nos partidos da base aliada e avaliar, assim, se a matéria terá condições de ser pautada na Câmara para a semana que vem.
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A decisão foi tomada em uma reunião na noite desta quarta-feira, no Palácio da Alvorada, da qual participaram ministros, presidentes de partidos da base e líderes das legendas, além do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ficou a cargo do líder do Governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB ), recolher com os líderes até a tarde de amanhã a contagem de cada bancada para apresentar a Temer "números mais sólidos".
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Segundo ministros presentes no encontro, a fala de Temer e dos dirigentes partidários seguiu na linha de vender otimismo e de "buscar consenso" nas legendas aliadas para marcar logo a data da votação. Na reunião, se falou que o governo poderia ter hoje de 260 a 270 votos, o que ainda não é suficiente para pautar a votação na Câmara, que precisa de 308 votos para ser aprovada.
Como aconteceu na reunião do último domingo, Temer pediu ao presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que fosse o primeiro a falar aos presentes. Em tom animado, ele defendeu que a proposta seja pautada para a próxima terça-feira, dia 12.
O relator da proposta na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), disse que é preciso pautar a votação, ainda que seja para o governo ser derrotado:
- Entre votar e perder e não votar, a gente prefere votar e perder. Se não votar, fica aquela coisa de que não tentamos - afirmou Maia.
Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) comparou a caça aos votos no caso da Previdência com o que ocorreu no impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
- É a mesma coisa que aconteceu no impeachment. Trabalhamos até o dia da votação, e é exatamente isso que também vai ocorrer agora.
Apesar do otimismo do governo, um componente atrapalhou o encontro: a fome dos presentes, já que não foi servido jantar, e as conversas foram regadas apenas a água.
- Temos fome, mas com otimismo - brincou um ministro, perguntado pelo GLOBO qual era o clima da reunião.
Alguns desavisados, como o deputado Darcísio Perondi, do PMDB, se surpreendeu ao ser informado por jornalistas, na chegada ao Alvorada, de que não se tratava de um jantar, e sim de uma reunião de trabalho. Ele lamentou o fato de não ter jantado antes.
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