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De volta ao jogo

Marcelo Odebrecht deixará a prisão no dia 19 e já decidiu que não quer ser coadjuvante na empresa que ajudou a expandir à custa de muita corrupção


Nada mais natural que um superpoderoso empresário que tenha passado dois anos e meio encarcerado em uma cela de 12 metros quadrados sair da prisão muito diferente do que era quando entrou. Marcelo Odebrecht, que deixará nesta semana a carceragem da Polícia Federal em Curitiba para cumprir prisão domiciliar, é hoje um homem mais introspectivo e, sob alguns aspectos, mais sereno. Também não ostenta mais a empáfia que deixou transparecer, por exemplo, no dia 15 de junho de 2015, quando esbravejou à imprensa que estava “irritado” por ter sido colocado “na linha de fogo do embate político” — “nós, que geramos empregos!”, exclamou, indignado. Quatro dias depois, seria surpreendido pela Polícia Federal em sua casa e levado à carceragem de Curitiba. Permaneceu preso por 914 dias. Nesse período, ao menos uma característica Marcelo Odebrecht manteve intacta. O herdeiro condenado a dezenove anos e quatro meses de prisão, tornado delator, impedido por determinação da Justiça de comandar seu império e mesmo de pertencer aos quadros da Odebrecht por dez anos, não perdeu a ambição. Marcelo Odebrecht sai da cadeia determinado a mostrar que a prisão não o aniquilou.

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