Pular para o conteúdo principal
Paraquedista e dono de bar: as histórias pouco conhecidas de Silvio Santos
Reprodução
Capa original da HQ "Silvio Santos - Vida, Luta e Glória", lançada em 1969 Imagem: Reprodução
Leonardo Rodrigues
Do UOL, em São Paulo
23/08/2017 04h00
Antes de Silvio ser Santos, um dos maiores apresentadores e empresários do país, Senor Abravanel foi um jovem determinado e de puro tino empreendedor, que passou a juventude saltando de emprego em emprego, de oportunidade em oportunidade.
Nascido em 1930 no bairro carioca da Lapa, ele foi camelô, radialista, paraquedista, locutor de barca, proprietário de bar, editor de revista de palavras cruzadas, cabo eleitoral e até dono de circo de variedade. Uma espécie de Seu Madruga com a grife do Baú da Felicidade.
Divulgação
Nova capa da HQ, relançada em parceria com as Faculdades Integradas Rio Branco Imagem: Divulgação

Essa parte desconhecida da vida do dono do SBT será relançada nesta quinta (24), por meio uma HQ biográfica: "Silvio Santos - Vida, Luta e Glória” (Avec Editora), editada originalmente em 1969 pelo roteirista Rubens Francisco Lucchetti e o ilustrador Sérgio M. Lima.
Trata-se da primeira biografia oficial de Silvio, lançada 11 antes de ele fundar a própria emissora de TV, em uma época em que já batia recorde de audiência com seu programa na Globo São Paulo. Foi o próprio apresentador quem praticamente ditou sua história para Lucchetti.
“Mas ele maquiou algumas coisas na revista. Ele escondia a idade, disse que nasceu em cinco anos depois. Ele também não fala em nenhum momento que era casado e tinha filhas. Ele não admitia”, diz Lucchetti ao UOL.
Veja abaixo oito das várias atividades que, maquiadas ou não, ajudaram Silvio Santos a chegar onde está.
Divulgação
Imagem: Divulgação

Camelô

Ainda criança, Silvio Santos ficava fascinado ao observar o trabalho dos camelôs, com sua capacidade de magnetizar a atenção das pessoas ao redor. Assim, foi natural para ele, após se formar no ginásio, começar a trabalhar no ramo dividindo o tempo com os estudos. Segundo a HQ, ele vendia capas para títulos eleitorais e canetas. Quando a fiscalização começou a apertar, abandonou a profissão. Segundo ele, foi o próprio chefe da repressão aos camelôs que, vendo seu talento como comunicador, o indicou para uma entrevista na rádio Guanabara do Rio.
Divulgação
Imagem: Divulgação

Radialista

Ainda adolescente, Silvio virou locutor, mas precisou abandonar a atividade (mas nem tanto) enquanto prestava serviço militar. Depois de deixar a aeronáutica e se formar em contabilidade, ele foi passar umas férias “despretensiosas” em São Paulo, onde visitou amigos da Rádio Nacional. Lá, lhe oferecerem emprego de locutor. Nunca mais Silvio Santos voltaria a morar no Rio. Naquela época, com sua dicção perfeita, ele fazia principalmente vinhetas de programas, como o do amigo e parceiro de negócios Manoel da Nóbrega.
Divulgação
Imagem: Divulgação

Paraquedista

Consegue imaginar Silvio Santos de paraquedas se jogando de um avião em movimento? Não é pegadinha. Servindo às Forças Armadas, ele foi fez vários saltos no fim dos anos 1940. Formou-se na Escola de Paraquedistas, no bairro Deodoro, zona oeste do Rio, onde se destacou com movimentos considerados bem executados.
Divulgação
Imagem: Divulgação

Locutor de barca

Ainda na aeronáutica, Silvio Santos se dizia irritado com os 30 minutos que perdia na travessia das barcas da capital carioca. Solução? Entreter os viajantes. Já com vocação para animador, ele solicitou uma concessão para montar a rede Guanabara de Propaganda, a “primeira emissora marítima do Brasil”, que rendeu um bom dinheiro. Segundo Silvio, um dia a barca precisou ficar no estaleiro para reparos, o que acabou o afastando de seu primeiro empreendimento bem-sucedido.
Divulgação
Imagem: Divulgação

Dono de bar

É isso mesmo. Silvio Santos já alugou um imóvel em São Paulo e abriu um bar próximo à sede da Rádio Nacional, futura Rádio Globo. A ideia era fazer com que seus colegas de trabalho tivessem um lugar cômodo para realizar “happy hours”. Silvio chegou a dar expediente como balconista, mas desistiu do negócio por se sentir “em uma prisão” no comércio.
Divulgação
Imagem: Divulgação

Editor de revista de palavras cruzadas

Silvio se desfez do bar para editar uma revista de palavras cruzadas. Deu certo. Pelo que indica na HQ, parte desse sucesso se deve à sua capacidade de convencer distribuidores, comerciantes e os compradores de que todos precisavam do produtor, assim como fazia nos tempos de camelô. Nessa época, por sugestão de um amigo, também começou a vender folhinhas de calendário, que viraram febre.
Divulgação
Imagem: Divulgação

Cabo eleitoral

Muito antes de, sem sucesso, tentar se candidatar à Presidência da República, Silvio Santos já se meteu na política. Foi em 1958. Ele arranjou um frila de locutor de propaganda eleitoral. Dirigia um jeep por São Paulo anunciando o candidato a deputado federal Cunha Bueno, que acabou eleito. Nessa época, ele também estreou na televisão apresentando a Praça da Alegria na antiga TV Paulista.
Divulgação
Imagem: Divulgação

Dono circo de variedades

Em retribuição ao bom trabalho, Cunha Bueno deu a Silvio Santos o carro da campanha, munido de um sistema de som. Aí veio mais uma ideia: bolar um circo de variedades. O itinerante Gran Circo Silva tinha como estrelas o ator Ronald Golias e os cantores Agostinho dos Santos e Gessy Soares. Silvio também trazia ao picadeiro a radionovela “Jerônimo, o Herói do Sertão”, grande sucesso da época. O nome da caravana? "Caravana do Peru", que passeava pela periferia e interior do Estado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular