Odebrecht: Mantega intermediou R$ 150 milhões para Dilma
'Mantega sabia que estava falando com um grande doador', diz Odebrecht
Por Daniel Pereira, Felipe Frazão, Hugo Marques, Marcela Mattos, Renato Onofre, Robson Bonin, Rodrigo Rangel, Thiago Bronzatto
access_time 13 abr 2017, 11h57 - Atualizado em 13 abr 2017, 14h05
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Os 50 milhões de reais que a Odebrecht destinou à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2009, como contrapartida para a aprovação da Medida Provisória número 470, foram gastos, segundo os depoimentos de seis delatores, em forma de patrocínio à Revista Brasileiros, em pagamentos para o marqueteiro João Santana e entregues a João Vaccari Neto, “tudo por orientação de Guido Mantega”, conforme depoimentos dos delatores. A MP 470, aprovada no final do governo Lula, fixou regime específico para tratamento do passivo do IPI, que favoreceu a Odebrecht. Os recursos saíram dos cofres da Braskem, empresa das organizações Odebrecht.
Segundo Marcelo Odebrecht, o ministro Mantega disse a ele que tinha a expectativa de receber 100 milhões em propinas na campanha da reeleição, em 2014, montante que a empresa condicionou à aprovação da MP 613. “É aquela história, ele sabia que eu era um grande doador e a partir do momento em que estive com ele, tive acesso a ele. Ele sabia que estava falando com um grande doador”, disse Marcelo Odebrecht. Essa medida provisória disciplinava o Regime Especial da Indústria Química, um regime especial de desoneração fiscal pra a aquisição de matérias primas. A negociação em torno dos 100 milhões de reais que abasteceram a campanha à reeleição de Dilma em 2014 foram registrados na planilha Pós-Itália. Odebrecht disse que, por indicação da então presidente Dilma Rousseff, mantinha contato frequente com Guido Mantega.
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