Pular para o conteúdo principal

Encontros com empresários eram comuns, diz Temer

Em entrevista à TV Band, presidente voltou a negar ter discutido valores em reunião em 2010 e disse ser ‘constrangedor’ ver seu nome citado na delação

O presidente Michel Temer afirmou que encontros entre políticos e empresários são comuns e que é “constrangedor” ver seu nome citado por um dos delatores da Odebrecht. Em seu depoimento à Lava Jato, um ex-executivo da empreiteira, Márcio Faria da Silva, afirmou ter participado de uma reunião com o então vice-presidente na qual foi acertada doação via caixa dois no valor de 40 milhões de dólares ao PMDB.
“É muito desagradável ouvir aquele depoimento. É constrangedor”, disse Temer em entrevista à TV Band veiculada na noite deste sábado. Na conversa, o presidente reafirmou ter participado da reunião, que teria ocorrido no escritório político de Temer, em São Paulo, em julho de 2010, mas voltou a negar ter discutido valores. “Não sabia de valores. Não se falou de contratos, evidentemente, e de nenhum tema escuso”, disse.
Temer lembrou que ocupava o cargo de presidente do PMDB e que, na época as doações de empresas a partidos e candidatos eram permitidas pela constituição, e que era comum que doadores quisessem conhecer pessoalmente as lideranças dos partidos que recebiam doações. “Quando se chegava na época da eleição, não era incomum que aquele que ia colaborar com o partido, depositar oficialmente as importâncias, quisessem cumprimentar o presidente do partido foi o que aconteceu.”
O presidente disse que a reunião foi marcada pelo então deputado Eduardo Cunha porque o empresário queria “apertar a mão” dele. “O deputado Eduardo Cunha me disse na época: ‘Olhe, há uma pessoa aí que quer colaborar, quer contribuir para o partido, mas ele quer pegar na sua mão. Quer cumprimentá-lo.’ Aí ajustamos um dia em que eu estava em São Paulo”, disse.
O peemedebista também afirmou que entende a revolta da população com o conteúdo das delações premiadas. “A indignação é verdadeira, a população tem razão”, declarou. “Agora é preciso praticar gestos para superar [a indignação], fazendo com que o Brasil vá para frente.”

Cunha e o impeachment

Na entrevista, Temer descreveu a relação com Cunha como “institucional”. “Não era do tipo uma relação pessoal que se tem com alguém”.
O presidente disse que se o PT votasse a favor de Cunha no processo do qual ele era alvo no Conselho de Ética “era muito provável” que o então presidente da Câmara não desse admissibilidade ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“Se o PT tivesse votado nele naquela comissão de ética era muito provável que a senhora presidente continuasse. E quando conto isso é para contar, primeiro, que ele não fez o impedimento por minha causa. Segundo: jamais militei para derrubar a presidente, como muitas vezes se diz.”

Ministros

Questionado se, diante da abertura de inquéritos contra oito de seus ministros, mudaria a “linha de corte” que havia estabelecido, de só pedir exoneração após o oferecimento de denúncia, Temer disse que sim. Mas ponderou que, eventualmente, um ministro pode pedir exoneração “se sentir confortável”. Oito ministros do governo Temer serão investigados a partir da delação da Odebrecht.

Renan

Na entrevista, o presidente foi instado a falar sobre o comportamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que de aliado se tornou um crítico do governo. Em resposta ao senador alagoano, que havia comparado o governo à seleção de Dunga, Temer retrucou afirmando que ele lembrava mais Felipão na pior derrota da história da seleção brasileira. “Renan sempre foi um pouco assim, de idas e vindas. Acho que ele quis ter o momento de Felipão. Isso lembra o 7 a 1 da Alemanha”, disse.
(Com Estadão Conteúdo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p