Parabéns, América: Trump corta impostos e bomba economia
É um espanto: presidente não ouve conselhos do 'New York Times' nem de atores brasileiros que receitam políticas contracíclicas
access_time 27 abr 2017, 09h02 - Atualizado em 27 abr 2017, 09h52
Países emergentes e américo-dependentes, como o Canadá, sempre têm algo a perder quando o gigante americano fica mais atrativo ainda. O maior corte de impostos com que Trump presenteou os americanos nos seus 100 dias de governo vai para as empresas: a alíquota cai de 35% para 15%, uma redução espantosa.
Para as pessoas físicas, a alíquota máxima cai de 39,6% para “algo no meio dos 30”. Um casal que faça declaração conjunta só precisará pagar impostos a partir de uma renda de 24 mil dólares. “Estamos criando uma alíquota zero, sim, uma alíquota zero, para os primeiros 24 mil dólares de renda de um casal”, disse Gary Cohn, diretor do do Conselho Nacional de Economia, Gary Cohn.
Cohn foi criticado pelos anti-trumpistas e por trumpistas também por ter saído do Goldman Sachs, o gigantesco banco de investimentos que se tornou sinônimo dos abusos quase suicidas praticados pelo mercado financeiro.
Se a economia bombar, como planejam Trump e equipe econômica, Gary Cohn será propulsionado à posição de gênio. Ou, pelo menos, de futuro presidente do FED, o banco central americano. O mercado está fervilhando diante da perspectiva de que ele venha a substituir a muito capaz, porém pouco entusiasmante Janet Yellen, cujo mandato termina no ano que vem.
PROBLEMA BÃO
Os cortes de impostos tiram 600 bilhões da economia. Como serão compensados? Políticas contracíclicas tais como recomendadas por atores e cantores no caso do Brasil e tão brilhantemente aplicadas por nossa ex-presidente e eventual palestrante em Harvard? Injeções cósmicas de dinheiro tais como defendidas pela mesma Janet Yellen?
Supresa, surpresa: Trump e equipe pretendem compensar a perda com um crescimento de “ “3% ou mais” da economia, nas palavras de Steve Mnuchin, secretário do Tesouro. Sustentada evidentemente, pois um crescimento econômico turbinado tende a aumentar a inflação.
Trump já disse que quer manter o dólar barato, para aumentar a competitividade dos exportadores americanos, e os juros baixos. Conciliar aquecimento da economia e controle inflacionário não exige exatamente uma convenção de prêmios Nobel de Economia. Além disso, como se diz no interior do bioma São Paulo-Sul de Minas- Goiás: eta problema bão, sô.
A reforma fiscal vai “beneficiar significantemente os ricos”, bufou o New York Times – não é nada de pessoal contra o jornal, ele apenas é o avatar que personifica todo o jornalismo distorcido pelo ódio a Trump.
Nesse caso, inclusive, o jornal tem razão. A reforma fiscal favorece quem tem dinheiro em fundos de investimentos e alivia a carga sobre a transmissão de fortunas. Mas fato de que pequenas empresas também são muito favorecidas, incentivando a criação de novos empregos, não pode ser escamoteado.
TIROS NOS PÉS
O New York Times também acha que “a evidência de uma decolada real na economia é escassa” e que os mercados estão bombando porque se basear “até agora em perspectivas”. Quem diria, mercado que se baseia em perspectivas? Uma novidade jamais vista antes. Deve ser uma invenção maligna do Trump.
O tom levemente irônico das frases acima deve ser atribuído a uma certa exasperação provocada pelo espetáculo constrangedor de grandes jornais dando sucessivos tiros nos próprios pés.
Em todas as áreas, as distorções provocadas por sentimentos pessoais de jornalistas em relação a assuntos relacionados a Trump levam-nos a enrascadas autoprovocadas. A revista Economist, por exemplo, adverte que, em relação à Coreia do Norte e seus abusos mais recentes, “querer fazer alguma coisa rapidamente tem muito apelo emocional”.
O que Trump fez até agora: armou um acordo com a China para resolver a questão politicamente. Como quem quer paz com agentes descontrolados, precisa levar um porrete bem grande, deslocou para a região a força de ataque do porta-aviões Carl Vinson e uns submarinos nucleares.
Também já estão sendo instalados na Coreia do Sul o sistema de mísseis interceptadores chamado THAAD – aliás, um programa corretamente aprovado já no fim do governo Obama.
Ah sim. Um especialista em material bélico e conflitos do Hudson Institute entrevistado pela Fox News – quem mansa grande mídia americana – disse que parte dos equipamentos desfilados na Coreia do Norte é fake.
Atém dos mísseis chingling, ele constatou as seguintes falsificações: lança-granadas na verdade são na verdade pentes de munição, projéteis afixados no cano de fuzis são uma invenção inócua e até os óculos dos artilheiros não são balísticos, ou seja, talvez sirvam para um banho de sol, não para proteger os olhos em situação de disparos reais.
O exército de Kim Jong-un é um tigre de plástico. Quem acredita que Donald Trump e todos os generais do alto comando militar dos Estados Unidos são burros, naturalmente, continua a achar que os americanos são um tigre de papel.
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