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Jair Bolsonaro26 de maio de 2020 | 06:43

Em busca de apoio, Bolsonaro aumenta exposição e exige reforço em segurança

BRASIL
Em busca de apoio popular diante das crises política e sanitária, o presidente Jair Bolsonaro aumentou sua exposição ao público, o que obrigou o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) a reforçar a proteção pessoal do chefe do Executivo e a elevar a rigidez no cumprimento de protocolos de segurança.
Além de aumentar o controle no acesso ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, a equipe tem testado a utilização de drones e feito modificações nos procedimentos adotados no Palácio do Planalto, que passou a ser usado como camarote do presidente.
Apesar dos riscos de contaminação pelo novo coronavírus​, Bolsonaro tem feito questão de se aproximar de aglomerações, adotou como novo hábito aparições na rampa do Planalto e tem feito caminhadas na residência oficial, quando se aproxima da área de visitantes.
A maior exposição tem preocupado os integrantes da estrutura responsável pela segurança presidencial.
Além do comportamento intempestivo de Bolsonaro, a equipe do presidente identificou o aumento do clima de animosidade ao governo nas redes sociais e de manifestações pontuais contra a atual gestão na frente tanto do Planalto como do Alvorada.
Durante a semana, Bolsonaro criou uma rotina de, no meio do expediente, ir ao topo da rampa do Planalto para acenar a apoiadores que se concentram na Praça dos Três Poderes. Questionado em uma destas ocasiões, respondeu que estava apenas tomando um ar, embora estivesse cercado por cinegrafista e fotógrafo oficiais.
Nos finais de semana, Bolsonaro aparece no local para estimular a militância que grita palavras de apoio a ele, mas contra o Legislativo, o STF (Supremo Tribunal Federal) e governadores.
Nestes momentos, a uma altura de 4 metros do chão, Bolsonaro tem se superexposto diante da praça que mede 120 metros por 220 metros. Para protegê-lo no novo cenário, a segurança presidencial tem se dividido em três grupos.
O primeiro permanece próximo ao presidente, inclusive com uma pasta que, em caso de necessidade, pode ser usada como escudo. O segundo fica um pouco mais afastado, nas imediações. E, por fim, um terceiro costuma se infiltrar entre os manifestantes. Não é raro Bolsonaro descer a rampa e se aproximar da grade de contenção para cumprimentar o público.
Em conversas reservadas, integrantes do GSI não escondem a preocupação com a segurança do presidente em suas exposições na rampa porque têm a informação de que, entre os manifestantes, há pessoas armadas.
Há pelo menos três acampamentos de apoiadores nas imediações do Planalto. Menor, o Acampamento Patriótico está instalado na Praça dos Três Poderes.
No estacionamento do Ministério da Justiça está o 300 do Brasil. A líder Sara Winter admitiu, em entrevista à Folha, que há pessoas armadas, mas afirmou que as armas servem apenas para proteção do acampamento, que conta com a presença constante de uma viatura da Polícia Militar. Um pouco mais distante, na frente do Ministério da Agricultura, há um terceiro grupo.
Na quarta-feira (20), a Praça dos Três Poderes recebeu um grupo de manifestantes contrários a Bolsonaro, que pediam a saída do presidente. Apesar do amplo espaço diante do Planalto, o prédio alto mais próximo fica a pouco mais de 100 metros de distância, o que dificulta —mas não impede—a ação de atiradores.
Folha de S.Paulo

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