Desfile em carro aberto fica a critério de Bolsonaro no dia 1º, diz GSI
/ AFP
Um comboio de carros segue pela Esplanada dos Ministérios neste domingo, 30, em Brasília, durante o ensaio para a posse do presidente eleito Jair Bolsonaro; simulação utilizou carro fechado e atores
A decisão sobre o desfile no carro Rolls-Royce aberto, como tradicionalmente ocorre na posse presidencial, será tomada apenas no dia 1º de janeiro pelo presidente da República eleito, Jair Bolsonaro, segundo informações do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O futuro chefe da pasta, general Augusto Heleno, e o atual titular, general Sergio Etchegoyen, disseram hoje que a decisão caberá a Bolsonaro, seguindo recomendações de segurança e avaliações das circunstâncias na data. A organização prevê público entre 250 mil a 500 mil pessoas. Durante o ensaio da cerimônia realizado hoje, um dublê do presidente, vestido de terno e com uma faixa roxa atravessada, circulou pela Esplanada dos Ministérios em carro fechado. A simulação anterior havia sido feita em carro aberto. “O critério chama-se Jair Messias Bolsonaro”, disse Heleno. “Se eu tivesse que aconselhar não ia ser na frente das câmaras.” Atual titular do GSI, Etchegoyen afirmou que a decisão é “algo menor” na celebração e que as pessoas que vierem à posse vão descobrir no dia se o carro será aberto ou fechado. O ministro disse que a democracia chegou até aqui “sem nenhum arranhão”. “O critério é o que ele quiser. Não vamos reduzir a posse a carro aberto ou carro fechado. A festa está pronta e será segura. Certamente vamos ter um dia 1º de janeiro para coroar o processo democrático que se iniciou lá atrás no dia 1º de outubro”, disse Etchegoyen. “Nossa responsabilidade é garantir que a vontade de 58 milhões de brasileiros se concretize. Para isso tem que dar segurança. As pessoas estão preocupadas se estamos dando a segurança adequada para o presidente, para os dignitários e para as pessoas que vierem.” Etchegoyen afirmou que nenhuma das ameaças identificadas pelos órgãos de inteligência pode ser descartada. Ele, porém, disse que não houve fatos novos que demandassem atuação das forças de segurança nos últimos dias. Segundo o ministro, será “muito fácil” garantir a segurança, mesmo após a facada recebida por Bolsonaro durante a campanha eleitoral: “Muito fácil porque a gente já fez isso muitas vezes, faz isso todos os dias e sabe fazer. Um presidente que sofreu um atentado, uma agressão a sua própria vida, que a gente sabe lidar, por isso, então, temos que aumentar os níveis de segurança, os controles de acesso e precaução”. O chefe do GSI afirmou que a fundamentação e a sustentação das ameaças encontradas na internet ao presidente eleito serão avaliadas pela Polícia Federal, que abriu um inquérito na semana passada. A PF investiga o que seria a ação de um suposto grupo terrorista que teria publicado num blog referências a um atentado contra Bolsonaro no dia da posse e agiria no entorno de Brasília. “A ameaça é real. Nós não temos o direito de descartar nenhuma delas, nem de avaliar se esta ou aquela é mais ou menos grave. Estaremos preparados sempre para fazer frente a qualquer das ameaças, e estamos preparados. Todas as ameaças possíveis estão sendo prevenidas e serão neutralizadas se ocorrerem”, disse Etchegoyen. Os ministros informaram que não está previsto, no roteiro da cerimônia, a realização de um culto ecumênico na Catedral de Brasília. Segundo eles, porém, é viável que se organize um evento no local de última hora. “Em nenhum momento foi tratado sobre essa cerimônia ecumênica. Não é impossível de acontecer, porque não é tão difícil de se organizar isso.”
Estadão
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