Pular para o conteúdo principal

Bolsonaro planeja privatizar aeroportos de Congonhas e de Santos Dumont

Reuters
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)
Joias da coroa da Infraero, os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont devem ser leiloados no primeiro trimestre de 2022, para contratos de concessão de 30 anos, segundo a programação feita pela equipe de transição do governo de Jair Bolsonaro. Serão os últimos a sair da administração da Infraero que, ao final do processo, será extinta, como antecipou ao “Estado” o futuro ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Com a entrega dos aeroportos à iniciativa privada e a permissão para que empresas aéreas brasileiras tenham até 100% de capital estrangeiro – prevista numa medida provisória assinada pelo presidente Michel Temer no último dia 13 –, o futuro governo pretende “revolucionar” o mercado de serviços aéreos no Brasil, afirmou o futuro secretário de Aviação Civil, Ronei Glanzmann. O governo Bolsonaro quer oferecer ao mercado 44 aeroportos que, juntos, mobilizarão investimentos estimados em R$ 8,7 bilhões ao longo dos 30 anos do contrato de concessão. Não estão nessa conta os 12 aeroportos no Norte, Nordeste e Centro-oeste cujo leilão já está marcado para o dia 15 de março de 2019. A expectativa é que haja muitos grupos interessados. As concessões de Congonhas e Santos Dumont foram cogitadas pelo governo Temer, que igualmente pretendia acabar com a Infraero. Os planos, porém, foram abandonados por pressões políticas. Funcionários da empresa e o PR, partido que domina a estrutura do Ministério dos Transportes, foram contra. “A modelagem brasileira de concessão de aeroportos está sendo considerada a melhor do mercado”, disse o futuro secretário, que hoje já cuida do processo de concessão de aeroportos como diretor de Políticas Regulatórias da Secretaria de Aviação Civil. Ele conta que a equipe brasileira foi “assediada” por investidores no Global Airport Development, o maior evento de concessões de aeroporto do mundo, realizado em novembro, na Alemanha. O mesmo modelo que mobiliza grupos de pelo menos 13 países para o leilão de março de 2019 será usado em mais dois leilões, programados para o início de 2020 e o início de 2022. Os aeroportos brasileiros serão oferecidos em blocos. Congonhas irá num “combo” no qual estarão também terminais como os de São José dos Campos (SP) e Campo de Marte, na capital paulista, entre outros. Já Santos Dumont será oferecido junto com Jacarepaguá, no Rio, e aeroportos de Minas Gerais, como o da Pampulha, em Belo Horizonte (ver quadro). A concessão de Congonhas deverá prever investimentos para aumentar a segurança do terminal, dada sua localização central. Segundo Glanzmann, uma ideia é utilizar concreto poroso nas cabeceiras da pista. Esse material consegue “travar” o avião no chão, caso passe do limite da área de pouso. Alguns aeroportos serão oferecidos aos governos dos Estados, caso tenham interesse em assumi-los para conceder ou administrar. Terminais pequenos e centrais, como Campo de Marte e Jacarepaguá, poderão interessar aos governos pelo seu valor imobiliário. Eles tanto poderão seguir como aeroportos para aviões pequenos como poderão ser desativados para dar outro uso às áreas. Não havendo interesse das administrações locais, eles permanecerão nos blocos.
Estadão Conteúdo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular