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Como foi o teste do míssil com o qual a Coreia do Norte diz poder atingir todo o território dos EUA

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Teste de míssil norte-coreano em julho de 2017: Testes de mísseis na Coreia do Norte, como esse lançamento fotografado em julho, têm se repetido este ano e preocupado a comunidade internacional© Reuters Testes de mísseis na Coreia do Norte, como esse lançamento fotografado em julho, têm se repetido este ano e preocupado a comunidade internacional A Coreia do Norte declarou que testou com sucesso um novo tipo de míssil balístico capaz de atingir todo o território continental dos Estados Unidos.
A TV estatal sustentou que, com isso, Pyongyang concretizou sua missão de se tornar um Estado nuclear - afirmação da qual especialistas discordam.
O míssil Hwasong-15, apontado como o mais poderoso do país, foi lançado secretamente em um teste na madrugada desta quarta-feira, no horário local.
Ele caiu em águas japonesas, mas voou mais alto do que qualquer outro míssil já testado pelo regime.
As informações foram apresentadas na TV estatal em uma transmissão especial ao realizada ao meio-dia, assim como em um relatório divulgado pela agência de notícias do país, a KCNA.
Apresentadora da TV estatal norte-coreana: Informações sobre o teste foram lidas na TV pela apresentadora norte-coreana Ri Chun Hee, normalmente responsável pelos comunicados importantes© Reuters Informações sobre o teste foram lidas na TV pela apresentadora norte-coreana Ri Chun Hee, normalmente responsável pelos comunicados importantes

O que exatamente a Coreia do Norte está dizendo?

Pyongyang afirma que o míssil alcançou 4.475 quilômetros de altitude e voou 950 quilômetros em 53 minutos - números próximos das estimativas independentes feitas pelo Exército da Coreia do Sul.
O projétil, disparado a partir de uma área com declive, não sobrevoou o Japão, como ocorreu com outros testes realizados no últimos meses, e caiu a cerca de 250 quilômetros da costa norte, de acordo com autoridades japonesas.
A Coreia do Norte já havia afirmado que seus projéteis poderiam atingir os Estados Unidos, mas essa é a primeira vez que o país diz poder fazer isso com esse novo tipo de míssil, que parece uma versão melhorada dos anteriores.
A KCNA acrescentou que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que aprovou pessoalmente o lançamento, declarou com orgulho que a Coreia do Norte finalmente alcançou seu grande objetivo histórico de concluir a força nuclear estatal, o objetivo de contruir mísseis potentes."
O relatório disse que "enquanto uma força nuclear responsável e um Estado pacífico, a Coreia do Norte faria todos os esforços possíveis para servir ao nobre propósito de defender a paz e a estabilidade do mundo".
O documento apontou que as armas do país, descritas como uma defesa contra "a política de chantagem nuclear dos imperialistas dos EUA", "não representariam ameaça para nenhum país" enquanto os interesses norte-coreanos não fossem violados.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un: Kim Jong-un declarou que os mísseis não representariam qualquer ameaça enquanto os interesses de seu país não fossem violados© Reuters Kim Jong-un declarou que os mísseis não representariam qualquer ameaça enquanto os interesses de seu país não fossem violados

O míssil poderia realmente atingir os Estados Unidos?

Uma análise feita pela Union of Concerned Scientist, ONG sediada nos EUA, considera que o míssil poderia ter viajado mais de 13 mil quilômetros se seguisse uma trajetória normal, chegando assim a "qualquer parte dos EUA continentais".
Mas acrescentou ser provável que tenha carregado uma imitação de ogiva muito leve - o que significa que poderia não ter força o suficiente para transportar uma carga nuclear, muito mais pesada, a essa mesma distância.
A Coreia do Norte, por sua vez, sustenta que o Hwasong-15 poderia chegar ao continente dos EUA carregando uma "ogiva muito grande e pesada".
Especialistas acreditam que o país ainda esteja de dois a três anos distante de seu objetivo de ser capaz de transportar uma ogiva nuclear com sucesso usando um míssil balístico intercontinental.
Isso envolve algumas das mais delicadas e desafiadoras tecnologias - um do riscos ao introduzir uma arma nuclear em um míssil balístico intercontinental é o de a ogiva se desintegrar em sua reentrada na atmosfera.
Ninguém acredita realmente que a Coreia do Norte já superou esse desafio, afirma Paul Adams, correspondente da BBC em Seul.

Qual é a reação no mundo?

E quanto à declaração de Pyongyang de que os mísseis não representariam ameaça para nenhum país enquanto os interesses norte-coreanos não fossem violados?
Ela pode até soar como uma espécie de "sinal de paz", mas é provável que seja recebida com ceticismo pela comunidade internacional, avalia o repórter da BBC. Esses "interesses", afinal, incluem o desenvolvimento das armas mais destrutivas conhecidas pela humanidade.
A maioria dos especialistas não espera ver esmorecer a busca de Kim Jong-un por uma capacidade nuclear completa.
E isso quase certamente significa mais sanções e pressão por parte de outros países, liderados pelos Estados Unidos, que estão determinados a detê-lo.
O presidente dos EUA, Donald Trump: Vários países condenaram o teste realizado pela Coreia do Norte, entre eles os EUA© Reuters Vários países condenaram o teste realizado pela Coreia do Norte, entre eles os EUA O teste desta quarta provocou uma rápida condenação internacional. O Conselho de Segurança da ONU deve convocar uma sessão de emergência para discutir o assunto.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que o lançamento violou sanções e mostrou "desprezo total pela visão de uma comunidade internacional unida".
Antes da declaração da Coreia do Norte ser divulgada, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, disse que esse míssil "foi mais alto do que os anteriores" e ressaltou que a Coreia do Norte representa uma ameaça mundial.
O presidente Donald Trump foi informado enquanto o míssil ainda estava no ar, segundo a Casa Branca. Depois, ele disse: "Vamos cuidar disso".
Japão e Coreia do Sul condenaram o teste - esta deu início a um teste de mísseis em resposta.
O lançamento norte-coreano é apenas o último de uma série de testes que aumentaram as tensões para níveis sem precedentes, já que o país ignora as críticas e continua a desenvolver seus programas nucleares e de mísseis.

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