Após relaxar quarentena, Alemanha vê curva voltar a crescer
Para a chanceler alemã, Angela Merkel, pandemia de coronavírus ‘ainda está no começo’ no país
Reuters
O número de infectados pelo novo coronavírus na Alemanha subiu desde o início de abril, quando medidas da quarentena foram flexibilizadas no país.
A taxa de reprodução do vírus, apelidada de 'R', está agora em 1,0, afirmou o cientista Lothar Wieler, presidente do Instituto Robert Koch – centro de pesquisa, responsável por controle e prevenção de doenças. Isso significa que uma pessoa com a doença infecta outra, em média. No início deste mês, este número era 0,7.
O professor Wieler insiste que os alemães devem praticar um distanciamento social rigoroso, apesar de um leve alívio das restrições da quarentena na vida pública. Ele disse que a Alemanha, em comparação com outros países, conseguiu até agora restringir a propagação do vírus.
"No contexto da flexibilização (das restrições), vamos garantir que possamos continuar a defender esse sucesso que alcançamos juntos", disse o presidente do instituto em entrevista coletiva. "Não queremos que o número de casos aumente novamente. Vamos, na medida do possível, ficar em casa e manter o contato reduzido."
Os ministros da educação dos 16 estados da Alemanha concordaram, na terça-feira (28), que escolas em todo o país reabrirão lentamente para todas as séries até as férias de verão, que geralmente iniciam no final de julho.
No entanto, os alunos vão se reunir em grupos menores. Isso significa que a maioria das crianças só poderá ir às escolas em turnos rotativos e não, diariamente.
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Os varejistas com espaço de até 800 metros quadrados agora podem abrir as portas, embora devam praticar regras estritas de distanciamento social e higiene. Comerciantes alemães tentaram, na terça, convencer o governo a deixar todas as lojas funcionarem normalmente a partir de 4 de maio.
A chanceler alemã Angela Merkel discutirá, na quinta-feira (30), em uma conferência com autoridades estaduais, os próximos passos para aliviar as restrições de bloqueio. Um porta-voz do governo antecipou, na segunda-feira (27), que serão tomadas decisões importantes nessa reunião.
Escolas foram reabertas na Alemanha, mas com medidas preventivas contra a COVID-19
Foto: Axel Schmidt - 20.abr.2020/ Reuters
Pesquisadores sugeriram que a vida pública poderia retornar ao normal, aos poucos, se certas condições forem atendidas, incluindo a estabilização da a taxa “R” em um baixo nível.
"O número deve ficar abaixo de um, esse é o grande objetivo", afirma o pesquisador Lothar Wiele. "Quanto mais abaixo ela estiver, mais seguros podemos nos sentir, e assim, temos mais margem de manobra, embora haja outros números que também são importantes", afirmou acrescentando que isso inclui a curva de casos por dia e a capacidade de testes.
O Instituto Robert Koch aponta que os casos confirmados de COVID-19 na Alemanha aumentaram de 1.018 na segunda-feira (27) para 1.144 na terça-feira (28). O número de infectados até agora é de 160 mil pessoas, com cerca de 6 mil mortes.
Na semana passada, Merkel pediu que os alemães mostrem resistência e disciplina para superar a pandemia da COVID-19 que ela disse estar "ainda no começo".
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