Pular para o conteúdo principal

ACM Neto17 de abril de 2020 | 10:00

Demissão de Mandetta e crítica a Maia degradam o que havia de apoio do DEM a Bolsonaro, diz ACM Neto

BRASIL
O presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, disse que a forma como foi feita a demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, após semanas de “fritura” pública, e as críticas do presidente Jair Bolsonaro à atuação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), “acabaram por degradar o apoio que ele ainda podia ter dentro do partido”.
Para ACM Neto, as críticas de Bolsonaro ao presidente da Câmara “têm caráter de desviar o foco, no dia de hoje, da demissão do Mandetta, e, no geral, da condução do governo federal de medidas de combate ao coronavírus”.
Após a demissão de Mandetta, Bolsonaro disse em entrevista à CNN que a atuação de Maia na presidência da Câmara é “péssima” e insinuou que o parlamentar trama contra o seu governo. “O sentimento que eu tenho é que ele não quer amenizar os problemas. Ele quer atacar o governo federal, enfiar a faca. Parece que a intenção é me tirar do governo”, disse Bolsonaro.
A declaração foi feita horas depois de Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, criticarem a troca do ministro da Saúde – os três são filiados ao DEM. Em resposta, Maia disse que Bolsonaro não iria ouvir ataques dele. “Ele joga pedras e o Parlamento vai jogar flores.”
A demissão do ministro e o ataque a Maia acontecem em um momento de afastamento de Bolsonaro com a ala do DEM aliada ao governo.
ACM Neto observou nessa quinta-feira que, apesar de participar do governo federal, o DEM “sempre teve independência” em relação a Bolsonaro, e que Mandetta, bem como os demais ministros filiados à legenda, foram indicações do presidente, e não do partido. “O DEM não indicou os ministros. Foram nomeações do presidente e, se ele nomeou, tem a prerrogativa de tirar”, disse.
O prefeito ponderou, no entanto, que a legenda não pretende discutir internamente, neste momento, a relação com o governo. “Por ora não. Estamos focados no combate à pandemia”, disse.
Sobre a demissão de Mandetta, o presidente do DEM disse que “não há dúvida de que, na bola dividida entre o presidente e o ministro, o partido fica ao lado da saúde e da ciência”. Prefeito de Salvador, ACM Neto tem defendido medidas de isolamento social como principal medida de combate ao coronavírus.
DEM no governo
O DEM iniciou a gestão Bolsonaro como um dos mais agraciados com espaços na Esplanada dos Ministérios. Além de Onyx Lorenzoni (RS), chamado pelo presidente a ocupar um dos mais importantes postos no governo, o de chefe da Casa Civil, o partido também iniciou 2019 comandando o poderoso Ministério da Saúde, com Mandetta, e o da Agricultura, ainda chefiado pela ministra Tereza Cristina (RS).
Ainda assim, o apoio ao governo Bolsonaro nunca foi unanimidade no partido.
Ao demitir Mandetta, Bolsonaro não só reduz de três para dois os ministérios ocupados pelo DEM, mas também retira do posto o indicado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, um dos principais fiadores da aproximação do partido com o governo.
Caiado declarou no final de março seu rompimento com o presidente, após ele insistir em sair às ruas e provocar aglomerações. Médico, o governador é a favor do isolamento social como principal medida de contenção do contágio pelo coronavírus.
Na semana passada, num ensaio de reaproximação, Bolsonaro e Caiado visitaram as obras de um hospital de campanha juntos (numa agenda em que também estava Mandetta) em Goiás. Após a visita, no entanto, o presidente voltou a causar aglomeração ao cumprimentar apoiadores – Caiado e Mandetta não participaram desta parte da agenda.
Outro fiador da participação do DEM no governo federal, Onyx Lorenzoni foi “rebaixado” em fevereiro da Casa Civil para uma pasta “periférica”, o da Cidadania.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.