Pular para o conteúdo principal
/Agência Câmara
André Mendonça

Mendonça assume Justiça e fará limpa em ‘República de Curitiba’

BRASIL
O presidente Jair Bolsonaro colocou em prática na terça-feira, 28, seu plano de mudar o comando da Polícia Federal ao confirmar as nomeações de Alexandre Ramagem como diretor-geral do órgão e de André Mendonça como ministro da Justiça e Segurança Pública. Ao deixar a pasta, na semana passada, Sérgio Moro acusou o presidente de tentar interferir nos rumos de investigações e ter acesso a relatórios sigilosos justamente colocando alguém de sua confiança no comando da corporação. Um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) foi aberto para apurar as denúncias.
Na terça-feira à noite, ao retornar ao Palácio do Alvorada, Bolsonaro disse que cobrava de Moro relatórios de inteligência, e não informações sobre inquéritos. “Eu sempre cobrei dele relatórios de inteligência. Eu tinha de saber o que aconteceu no último dia para eu também informar no dia seguinte. E ele sempre negou isso daí. Eu não quero saber de inquérito de ninguém”, disse o presidente.
Na terça-feira à noite, ao retornar ao Palácio do Alvorada, Bolsonaro disse que cobrava de Moro relatórios de inteligência, e não informações sobre inquéritos. “Eu sempre cobrei dele relatórios de inteligência. Eu tinha de saber o que aconteceu no último dia para eu também informar no dia seguinte. E ele sempre negou isso daí. Eu não quero saber de inquérito de ninguém”, disse o presidente.
Ramagem foi segurança de Bolsonaro durante a campanha eleitoral e entrou para o rol de auxiliares de confiança do Planalto com o apoio do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A sua nomeação para a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cargo que ocupava até anteontem, é atribuída ao filho do presidente.
Antes da demissão, Bolsonaro ainda tentou convencer Moro a aceitar a troca de Maurício Valeixo, aliado do ex-ministro dos tempos de Lava Jato, por Ramagem. Não conseguiu. Auxiliares próximos chegaram a alertar o presidente de que manter o plano de nomear o aliado na direção da PF seria uma manobra arriscada, pois daria razão às acusações do ex-juiz.
No caso de Mendonça, embora a escolha do ex-advogado-geral da União tenha sido considerada no meio político e jurídico um boa jogada de Bolsonaro, ele chega ao cargo enfraquecido, pois já assume sem o direito de indicar o diretor-geral da PF, um dos braços mais importantes da pasta. Desde o governo de Fernando Henrique Cardoso que esta é uma função do ministro da Justiça.
Interlocutores do presidente afirmam ter a expectativa de que Mendonça ponha fim à “República de Curitiba” levada por Moro ao ministério, com vários postos ocupados por egressos da Lava Jato. Por enquanto, Mendonça ainda não sinalizou as mudanças. Entretanto, nomes ligados a Moro já colocaram cargos à disposição, como o secretário Nacional do Consumidor, Luciano Timm; Vladmir Passos de Freitas, secretário Nacional de Justiça; Rosalvo Franco, secretário de Operações Integradas, e Fabiano Bordigon, chefe do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Outra mudança esperada é na Secretaria Nacional de Segurança Pública, área em que Mendonça não tem experiência. Chegou a ser discutido um desmembramento da pasta, o que não deve ocorrer por enquanto. A expectativa é que o posto seja entregue ao secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres. A exemplo de Mendonça, Torres é próximo do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, que também chegou a ser cotado para a vaga na Justiça.
Perfil
O ex-AGU blindou o presidente das críticas se tivesse optado por Oliveira, que é próximo da família. Na avaliação do governo, a indicação de Mendonça também tirou o foco da nomeação de Ramagem.
Outra vantagem apontada é que o novo ministro da Justiça tem bom trânsito com os ministros do Supremo e terá o papel de minimizar as rusgas do Executivo com o Judiciário. “O homem certo, no lugar certo, no momento certo”, disse ontem o ministro Ricardo Lewandowski ao comentar a nomeação.
De acordo com interlocutores do presidente, a chegada de Mendonça ao Ministério da Justiça também pode deixar o Oliveira mais próximo da primeira vaga que será aberta no Supremo em novembro, com a aposentadoria do ministro Celso de Mello.
Após ser confirmado na cargo, Mendonça usou o Twitter para agradecer ao presidente. “Meu compromisso é continuar desenvolvendo o trabalho técnico que tem pautado a minha vida. Conto com o apoio do povo brasileiro!”

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.