Pular para o conteúdo principal

Eleito governador, Doria defende PSDB aliado a Bolsonaro

/ Estadão
João Doria
A vitória em São Paulo tornou João Doria homem forte do PSDB e deve provocar uma guinada à direita da legenda que nasceu há 30 anos com a bandeira da social democracia. Em seu primeiro discurso como governador eleito, o tucano afirmou que “haverá mudança na correlação de forças” do partido e defendeu que a sigla esteja na base do governo Jair Bolsonaro (PSL) em Brasília. No evento que comemorou sua vitória em um clube da Avenida Paulista, região central da cidade, Doria afirmou que “o PSDB precisa sintonizar com o momento atual do nosso País” e que, “a partir de 1.° de janeiro acabou o muro”, fazendo referência a fama da legenda de não tomar lado em muitos debates. “Faremos isso sem apagar a história de ninguém”, afirmou. A proposta deve dividir o partido, já que parte dos tucanos, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é crítica a Bolsonaro. Aliados de Doria defendem que a executiva nacional do partido seja reformulada para se adequar à nova realidade da legenda. “O PSDB tem que passar por uma refundação. O partido precisa perder caricatura de muro”, disse o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), um dos integrantes da ala ‘cabeça preta’ do partido. Nenhum integrante da cúpula nacional do PSDB esteve presente no evento. O presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, e Fernando Henrique também nem sequer ligaram para parabenizar o tucano pela vitória. O governador eleito fez elogios aos dois, mas ressaltou que o partido mudará de postura. “Não recebi ligação nem de FHC nem de Alckmin e quero aproveitar para dizer que, a partir de janeiro, acabou o muro. Este será um novo PSDB, um partido ao lado do Brasil de hoje”, afirmou. O tucano relatou que conversou por telefone com Bolsonaro e prometeu a ele que ajudaria seu governo. “Ficamos de ter encontro essa semana. De minha parte, eu já disse hoje que estaremos apoiando o governo Bolsonaro”, afirmou. “É hora de pacificar o Brasil. Não podemos começar o ano com o País dividido”, disse Doria, que cantou o hino nacional e levantou a bandeira brasileira durante o ato. Ao falar sobre o futuro do PSDB, Doria pregou mudanças. “Temos que compreender voz do povo. Não precisamos relegar nossa história, mas viver o presente. São Paulo vai liderar esse processo e faremos isso sem destruir ninguém”. Principal partido de oposição durante os governos do PT, o PSDB sofreu uma dura derrota nas urnas neste ano. Com apenas 4,7% dos votos, Alckmin teve a pior votação da história dos tucanos em uma eleição presidencial. Com a vitória em São Paulo, o número de Estados que o PSDB comandará a partir de 2019 chega a três este ano, desempenho inferior ao de 2014, quando a sigla venceu em cinco. Além de Doria, Eduardo Leite no Rio Grande do Sul e Reinaldo Azambuja no Mato Grosso do Sul foram eleitos. O ex-prefeito dividiu a mesa com sua esposa, Bia Doria, de seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), do prefeito Bruno Covas e do presidente estadual do partido, Pedro Tobias, o ex-ministro Gilberto Kassab (PSD) e Joice Hasselmann, deputada federal eleita pelo PSL. Garcia será o responsável pela montagem de seu secretariado. Segundo Doria, Alckmin seria bem recebido em seu time. “Não avaliamos isso, mas um homem que governou São Paulo por três vezes tem toda habilitação para comandar uma Secretaria”, disse.
Estadão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular