Pular para o conteúdo principal

Marina cumprimenta Bolsonaro, mas relembra oposição já anunciada

Estadão
Marina Silva
A líder da Rede e candidata derrotada na disputa presidencial deste ano, Marina Silva, cumprimentou o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), mas reforçou a sua oposição ao governo já anunciada ao fim do primeiro turno. “Cumprimento o presidente eleito Jair Bolsonaro em respeito à nossa Constituição e às instituições democráticas, entre as quais está a Presidência da República”, escreveu Marina, em nota enviada à imprensa. Marina destacou sua preocupação diante dos “riscos imediatos” em áreas como a proteção ambiental e nos direitos das comunidades indígenas e quilombolas. Segundo Marina, o resultado da eleição a deixa, ao mesmo tempo, confiante e preocupada. “Preocupada porque foram desencadeadas, na campanha, forças que ameaçam a democracia, pela mentira e pela violência (…). Confiante porque vejo a presença forte e vigilante de uma consciência cívica e democrática, enraizada em amplos setores da sociedade brasileira”, disse Marina. A líder da Rede afirmou ainda esperar que o resultado eleitoral seja acatado com “serenidade” e que os brasileiros assumam a política como o território legítimo da resolução de divergências.
Veja, na íntegra, a nota de Marina Silva:
“Cumprimento a sociedade brasileira em respeito à sua decisão soberana nas eleições de 2018 e desejo que cumpra o seu papel de fiadora e guardiã da democracia, acima de quaisquer paixões políticas.
Cumprimento o presidente eleito Jair Bolsonaro em respeito à nossa Constituição e às instituições democráticas, entre as quais está a Presidência da República.
Como afirmei no final do primeiro turno, farei oposição ao presidente eleito. Tenho plena consciência dos riscos imediatos para questões fundamentais da minha prática política, tais como o desmanche da estrutura de proteção ambiental conquistada ao longo de décadas, por gerações de ambientalistas; a desconsideração dos direitos das comunidades indígenas e quilombolas quanto à demarcação de suas terras; a minimização da importância dos direitos à diversidade e o risco de fragilização da Constituição de 88, marco histórico da recuperação de nossas liberdades individuais e sociais.
O resultado das urnas me deixa, ao mesmo tempo, muito preocupada e modestamente confiante. Preocupada porque foram desencadeadas, na campanha, forças que ameaçam a democracia, pela mentira e pela violência, pela polarização extremada, pela potencialização do ódio e do medo, pela ausência de um debate programático e o rebaixamento da opinião pública a um patamar inferior da racionalidade política. Confiante porque vejo a presença forte e vigilante de uma consciência cívica e democrática, enraizada em amplos setores da sociedade brasileira, que a torna capaz de resistir a todas essas ameaças.
Sei da importância da atuação de uma oposição democrática, sobretudo no contexto dessas eleições de 2018 e da realidade que passaremos a viver a partir de agora. Que ela coloque em primeiro lugar os interesses das pessoas e do país em vez do jogo puramente eleitoral e de projetos de poder ultrapassados, predadores, que colocam a hegemonia de grupos e partidos acima de tudo.
Junto com a sociedade continuarei minha luta histórica por um país politicamente democrático, economicamente próspero, socialmente justo, culturalmente diverso, ambientalmente sustentável, livre da corrupção, empenhado em se preparar para um futuro no qual os grandes equívocos do modelo de desenvolvimento sejam superados por uma nova concepção de qualidade de vida, de justiça, de objetivos pessoais e coletivos, de felicidade.
Espero que o resultado eleitoral seja acatado com serenidade e que todos os brasileiros e brasileiras assumam a política como o território legítimo da resolução de divergências e do debate de projetos e ideias para o bem do país.”
Estadão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular