Trump pede que Rússia encontre e-mails de Hillary Clinton
O candidato republicano à Casa Branca ironizou a acusação de que o vazamento de e-mails de democratas seja obra de hackers russos para beneficiá-lo
“Rússia, se você estiver ouvindo, eu espero que seja capaz de encontrar os 33.000 e-mails que estão desaparecidos”, ironizou o bilionário, durante entrevista coletiva realizada em seu resort de golfe, perto de Miami. Hillary perdeu cerca de 30.000 e-mails do Departamento de Estado americano ao usar um servidor privado de mensagens quando estava no cargo público. Os advogados dela também deletaram outros 30.000 avaliados como pessoais.
Quando questionado se estava, de fato, pedindo que a Rússia hackeasse sua rival, Trump respondeu que “isso cabe ao presidente”. “Eu não vou dizer a Putin o que fazer. Por que eu deveria dizer a Putin o que fazer?”, questionou.
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As declarações de Trump acontecem em uma semana na qual os democratas acusaram a Rússia de tentar abertamente se intrometer na eleição presidencial americana. Após a divulgação pelo site WikiLeaks de e-mails trocados entre líderes democratas, o partido acusou o governo Putin de ter vazado as mensagens com o objetivo de prejudicar a imagem do Partido Democrata para favorecer Trump.
Durante a entrevista coletiva, o magnata descartou a suspeita de que a Rússia pudesse estar por trás do vazamento. Além disso, repetiu seu desejo de relações mais próximas com Putin e o país visto pelos Estados Unidos como cada vez mais hostil. “Ele vai me respeitar”, declarou o republicano.
O ex-secretário de Defesa e diretor da CIA, Leon Panetta, respondeu às declarações de Trump e criticou a postura do representante republicano nas eleições. “Nenhum candidato que está concorrendo para ser presidente do Estados Unidos deveria pedir que um país estrangeiro, especialmente a Rússia, se envolva em invasão digital ou esforços de inteligência para tentar determinar o que o candidato democrata está ou não fazendo”, disse Panetta, apoiador de Hillary.
Julian Assange
Em entrevista à rede CNN na terça-feira, o fundador do site WikeLeaks não negou nem confirmou que o vazamento tenha sido obra de hackers russos. Com uma resposta ambígua, Assange disse que “excluir certos atores facilitaria o trabalho de descobrir que são as fontes”. Ele afirmou também que seu site deve revelar ainda “muito material” relevante da campanha eleitoral americana.(Com Estadão Conteúdo)
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