Pular para o conteúdo principal
Para atrair mais recursos, governo discute modificar lei de repatriação

 
O Ministério da Fazenda abriu caminho para discutir mudanças no programa lançado neste ano para regularizar recursos mantidos ilegalmente no exterior por brasileiros, com o objetivo de arrecadar mais impostos com a repatriação desse dinheiro.
O assunto será discutido entre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta quarta-feira (27).
Segundo a equipe de Meirelles, ainda não há definição do que pode ser alterado, mas a ideia é não modificar a essência da lei que criou o programa, que foi sancionada pela presidente afastada, Dilma Rousseff.
Grandes escritórios de advocacia têm pressionado o Congresso e o governo do presidente interino, Michel Temer, a mudar a lei. Eles querem que o Imposto de Renda e a multa prevista pela lei sejam aplicados apenas sobre saldos existente em 31 de dezembro de 2014 no exterior.
A Receita Federal quer que os tributos incidam sobre o valor total dos bens e recursos que os brasileiros já possuíram no exterior, incluindo os que foram gastos antes da data de corte do programa.
Inicialmente contra a mudança, a Fazenda já admite que pode acatar a reclamação dos advogados. Um assessor presidencial defendeu a mudança alegando que, em alguns casos, o saldo existente em dezembro de 2014 pode ser insuficiente para pagar o imposto e a multa, dificultando a adesão do contribuinte.
A resistência inicial da Fazenda se devia ao fato de que a perspectiva de mudança pudesse fazer o interessado adiar a adesão, à espera de regras mais vantajosas, o que prejudicaria a arrecadação.
Rodrigo Maia admitiu a hipótese de mudança na lei nesta terça (26). "Alguns pontos estão gerando dúvidas em advogados que acompanham a repatriação e vamos discutir isso apenas para dirimir dúvidas", disse. "Não há nada para mudar o mérito da lei."
Outro questionamento de advogados é sobre o risco de o contribuinte ser punido na Justiça mesmo após aderir ao programa. Uma dúvida é se alguém que seja alvo de processo por deter recursos no exterior, mas ainda não condenado em última instância, pode participar do programa.
RECURSOS
Dentro do governo, os defensores das mudanças dizem que elas são necessárias para que o programa gere mais recursos para o Tesouro. A expectativa era que a lei pudesse arrecadar R$ 21 bilhões para os cofres da União, mas a receita até agora ficou na casa dos R$ 8 bilhões.
No mercado, algumas previsões chegaram a apontar a possibilidade de a regularização render R$ 60 bilhões.
Outra proposta em discussão é aumentar o prazo para que os contribuintes interessados tragam seu dinheiro de volta para o Brasil. O prazo poderia passar de 31 de outubro para o fim de dezembro.
A lei que criou o programa permite a regularização de recursos no exterior não declarados à Receita, desde que seu dono pague 15% de Imposto de Renda e 15% de multa.
Com a regularização, o detentor do recurso no exterior será perdoado dos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e falsificação de dados.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular