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uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco

Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda
O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo
O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo
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RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), com o apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil,desencadeou na manhã desta terça-feira a Operação Os Intocáveis, em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, e outras localidades da cidade, que prendeu ao menos cinco suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Os presos são integrantes da milícia mais antiga e perigosa do estado.
Para a ação, que mobiliza cerca de 140 policiais, a Justiça expediu 13 mandados de prisão preventiva contra a organização criminosa. Os principais alvos da operação são o major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira, o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe da milícia de Rio das Pedras; e o subtenente reformado da PM Maurício Silvada Costa, o Maurição.
Embora o objetivo da ação do MP-RJ seja atacar a milícia que explora o ramo imobiliário ilegal em Rio das Pedras com ações violentas e assassinatos, há indícios de que dois dos alvos de prisão comandem o Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda. Os principais clientes do grupo de matadores profissionais são contraventores e políticos.

Major PM é preso

O major Ronald Paulo Alves Pereira, de 43 anos, é investigado por integrar a cúpula do Escritório do Crime. Foi denunciado por comandar os negócios ilegais como grilagem de terra e agiotagem. É réu no processo de homicídio de cinco jovens na antiga boate Via Show, em 6 de dezembro 2003, e vai a júri em abril deste ano. O oficial foi preso no condomínio fechado Essence, perto do Parque Olímpico, na Zona Oeste. Segundo moradores, os apartamentos mais caros valem mais de R$ 1 milhão.
Maurição, de 56 anos, é uma espécie de capataz dentro de Rio das Pedras. Dá também ordens sobre as cobranças dos imóveis da facção e controla as vans.
Também foi preso Manuel de Brito Batista, o Cabelo - que atua na quadrilha como contador e gerente armado. Os agentes encontraram Cabelo dormindo em seu quarto, em uma casa no condomínio de luxo Floresta Country Club, na Estrada do Bouganville 442, bloco C1. Ele deu diversas informações contraditórias aos agentes. Indagado se tinha carro, ele negou. Mas os policiais encontraram chaves de dois veículos, um Corolla e um HB20 preto placa LTA-9321. O Corolla não foi encontrado, mas o HB20 foi revistado e nada foi encontrado em seu interior. Os policiais acharam um cofre cuja a chave não foi encontrada. Os agentes ainda cumprem o mandado de busca e apreensão.
Os outros presos na operação são Benedito Aurélio Ferreira Carvalho e Laerte Silva de Lima. Benedito é apontado como "laranja" da organização criminosa. Ele empresta o nome para a abertura de uma empresa de construção civil na Junta Comercial do Rio. Já Laerte é o braço armado da quadrilha. É um dos responsáveis pelo recolhimento e repasse das taxas cobradas aos moradores e comerciantes, além da parte de agiotagem.
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CONHEÇA OS ALVOS
A organização criminosa atuava em várias áreas, como venda, locação ilegal de imóveis e grilagem de terras, por exemplo. Usavam a prática de assassinatos para intimidar e se manterem no poder
Os chefes do Escritório do Crime
Ronald Paulo
Alves Pereira
Adriano Magalhães
da Nóbrega
EX-CAPITÃO DO BOPE
MAJOR DA PM
O oficial da PM de 43 anos é investigado por integrar a cúpula do Escritório do Crime. Foi denunciado por comandar os negócios ilegais como grilagem de terra e agiotagem. É réu no processo de homicídio de cinco jovens na antiga boate Via Show, em 6 de dezembro 2003.
Ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), de 42 anos, é o poderoso chefão da milícia de Rio das Pedras. Conhecido por se impor à base da força, também é suspeito de ser chefe do Escritório do Crime.
Os chefes da milícia de Rio da Pedras
Maurício Silva
da Costa
Jorge Alberto
Moreth
EX-SUBTENENTE DA PM
O “BETO BOMBA”
Subtenente reformado da PM, de 56 anos, é uma espécie de capataz dentro de Rio das Pedras. Dá também ordens sobre as cobranças dos imóveis da facção e controla as vans.
Sempre ocupou funções na Associação de Moradores de Rio das Pedras, que é usada como quartel-general dos milicianos para a legalização de imóveis ilegais, seja como presidente ou tesoureiro. Tem 40 anos.
Os operadores
Marcus Vinícius
Reis dos Santos
Júlio Cesar
Veloso Serra
Fabiano Cordeiro
Ferreira
COBRANÇA
TESOUREIRO
MATADOR
Conhecido como “Fininho”. Braço-direito de Maurição. Tem de 45 anos e é um dos cobradores do bando. Está sempre em Rio das Pedras.
Tesoureiro da organização criminosa, de 35 anos. Quando a quadrilha precisa de dinheiro, é ele quem libera ao receber ordens da chefia.
O Mágico é o braço armado da quadrilha. Recebe ordens para matar quem não está em dia com os negócios da quadrilha, além dos que atrapalham as transações ilegais.
Fábio Campelo
Lima
Daniel Alves
de Souza
Laerte Silva
de Lima
DESPACHANTE
COBRANÇA
AGIOTA
Despachante do grupo. É ele quem vai aos órgãos públicos, onde mantém esquema de propina com servidores, para agilizar a documentação de imóveis dos milicianos.
Gerente da Favela da Muzema, comunidade vizinha a Rio das Pedras. Ele controla a entrada de pessoas e faz a vigilância. As cobranças também são feitas por ele.
Braço armado da quadrilha. É um dos responsáveis pelo recolhimento e repasse das taxas cobradas aos moradores e comerciantes, além da parte de agiotagem.
Os 'laranjas'
O contador
Geraldo Alves
Mascarenhas
Benedito Aurélio
Ferreira Carvalho
Manoel de Brito
Batista
LARANJA
LARANJA
O “CABELO”
Um dos 'laranjas' do bando, seu nome foi usado na transação do terreno de uma igreja batista em Rio das Pedras.
Apontado como 'laranja' da organização criminosa, empresta o nome para a abertura de uma empresa de construção civil na Junta Comercial do Rio.
Atua na quadrilha como contador e gerente armado. Tem 36 anos. Acompanha os negócios da quadrilha, da construção dos empreendimentos à ocultação de bens de seus chefes.
Fonte: Denúncia do MP-RJ

Seis meses de investigação

A operação é resultado de seis meses de investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e pela 23ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal. A denúncia, com os pedidos de prisão, busca e apreensão, foi distribuída para o 4º Tribunal do Júri da Capital.
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A denúncia do MP aponta a milícia de Rio das Pedras como a responsável pela extorsão de moradores e comerciantes da região com cobranças ilegais de taxas referentes a "serviços" prestados. O grupo também oculta bens adquiridos com proventos das atividades ilícitas e falsifica documentos públicos. Para conseguir a regularização dos imóveis ilegais, o grupo montou uma estrutura hierarquizada. Cada integrante da quadrilha tem uma função. Há, por exemplo, contador e até despachantes para o pagamento de propina para agentes públicos. Até então, todas as operações policiais contra a milícia de Rio das Pedras haviam excluído os chefes da organização.
Os suspeitos foram denunciados ainda por praticar agiotagem e utilizar ligações clandestinas de água e energia, além de manter a exploração das atividades típicas das milícias para o domínio territorial: cobrança por serviços de TV a cabo ("gatonet"), gás, taxas de proteção de comerciantes e moradores e transporte alternativo. O Ministério Público do Rio constatou que nenhuma ação é feita sem o comando ou autorização dos denunciados.

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